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terça-feira, 31 de julho de 2012


Gordura nos alimentos afeta áreas cerebrais ligadas ao paladar


A gordura dos alimentos reduz a atividade de várias áreas cerebrais ligadas à percepção de gosto e aroma e ao sistema de recompensa.

Isso foi demonstrado pela primeira vez por um estudo que usou imagens de ressonância magnética para observar mudanças no cérebro de participantes ao consumirem produtos com ou sem gordura.

A pesquisa foi feita na Universidade de Nottingham (Reino Unido), em parceria com a Unilever, multinacional da indústria de alimentos, e durou três anos.

Os participantes do estudo experimentaram quatro emulsões de frutas, todas com a mesma consistência e doçura, enquanto seus cérebros eram mapeados por computador. Uma das emulsões não continha gordura e as outras três tinham diferentes proporções de gorduras em sabores variados.

Os pesquisadores observaram que as áreas cerebrais responsáveis pela percepção do sabor (como o córtex somatosensorial e a ínsula) são muito menos ativadas pelas emulsões gordurosas.

O interesse da indústria no estudo, segundo notícia publicada no site da universidade britânica, é descobrir meios de produzir alimentos com menos gorduras sem prejudicar o sabor e a sensação de satisfação do consumidor. O objetivo é, em uma década, melhorar os hábitos alimentares da população e combater a obesidade.

EFEITOS

"Esse é o primeiro estudo que avaliou o efeito da gordura no sistema cerebral de percepção do sabor. Agora, levantamos a questão: por que as emulsões com gordura bloquearam a ativação cortical em regiões do cérebro ligadas ao processamento do sabor e ao sistema de recompensa? Também precisamos determinar quais as implicações desse efeito nas sensaçãoes de fome, saciedade e recompensa", disse Joanne Hort, professora adjunta de ciências sensoriais da Universidade de Nottingham.

A maior ativação dessas áreas não resulta necessariamente em maior percepção de sabor ou na sensação de recompensa, lembram os pesquisadores.

Para Johanneke Busch, engenheiro de alimentos do laboratório de desenvolvimento e pesquisa da Unilever, na Holanda, as descobertas foram um passo importante para descobrir como produzir um tipo de comida mais saudável que seja atraente para o consumidor. "Além da gordura, há mais coisas que criam a satisfação, como a textura da comida e a capacidade de produzir saciedade", disse Busch.

A pesquisa acaba de ser publicada no periódico científico "Chemosensory Perception" e teve apoio do Conselho de Pesquisas em Biotecnologia e Ciências Biológicas do Reino Unido.

Fonte: http://www.asbran.org.br/

terça-feira, 24 de julho de 2012

Seca nos EUA pode provocar crise global de alimentos

Alta dos preços de commodities agrícolas terá repercussões além das fronteiras do país, com riscos para o abastecimento mundial

A pior seca dos últimos 50 anos nos Estados Unidos pode provocar uma crise de alimentos de proporções globais. O alerta está em reportagem de ontem do jornal britânico 'Financial Times', assinada pelos jornalistas Jack Farchy, de Londres, e Gregory Meyer, de Nova York.
Artigo do jornalista Peter Baker, publicado no New York Times, também informa que o presidente Barack Obama preveniu na quarta-feira que o abastecimento alimentar está ameaçado pelo agravamento da seca que aflige mais da metade do país. Obama pediu para o Congresso reativar programas extintos de ajuda em situações calamitosas.
O presidente americano reavaliou a situação com o secretário da Agricultura, Tom Vilsack. O secretário disse que se trata da "situação mais séria" em cerca de 25 anos e revelou que estava rezando para chover.
"Eu me ajoelho todos os dias, e faço uma oração extra", disse Vilsack aos jornalistas na Casa Branca, depois de discutir a situação com o presidente. "Se soubesse uma oração da chuva ou uma dança da chuva, eu poderia fazê-la", afirmou.
Vilsack disse ao NYT que 1.297 condados, cerca de um terço dos condados do país, foram classificados como áreas de desastre. Ele disse também que outros 39 foram incluídos nessa conta na quarta-feira.
Mais de três quartos da safra de milho e soja do país estão em áreas atingidas pela seca, e mais de um terço dessas safras estão agora classificadas como muito fracas, disse o secretário. O preço do milho subiu 38% nas últimas semanas, e o da soja, 24%.
O país ainda poderá ter a terceira maior safra de milho da história porque o tempo bom anterior encorajou o plantio, mas Vilsack disse que a seca elevaria os preços dos alimentos em 2013.
De acordo com o FT, os preços do milho e soja subiram a níveis recordes, superando os picos da crise de 2007-08, que provocou motins em mais de 30 países. Já os preços do trigo ainda não estariam em níveis recordes, mas subiram mais de 50% em cinco semanas, superando os preços alcançados após a proibição de exportação da Rússia de 2010.
Ainda segundo o jornal britânico, a seca nos Estados Unidos, responsáveis por quase metade das exportações mundiais de milho e boa parte da soja e do trigo, deve repercutir em todo o mundo, atingindo consumidores do Egito e da China.
O custo da carne bovina, suína e de aves poderá cair no curto prazo porque os rebanhos estão sendo liquidados, levando mais carne ao mercado, segundo Vilsack. Mas esses preços provavelmente subirão mais para o fim deste ano ou no começo do próximo. Ele não quis especular sobre a possibilidade de a seca estar relacionada à mudança climática.
"Tudo que sabemos é que nesse momento há muitos agricultores e criadores em dificuldade", disse Vilsack. Segundo ele, a prioridade deve ser "o que nós podemos fazer para ajudá-los".
O governo dos EUA baixou a taxa de juros para empréstimos de emergência e tem trabalhado para acelerar programas de ajuda. Vilsack disse que o Congresso poderia ajudar recuperando programas para desastres que expiraram no ano passado ou fornecendo outra ajuda pela legislação de apoio à agricultura.
O brasileiro José Graziano da Silva, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), disse ao Financial Times: "Estou certamente preocupado com os recentes aumentos nos preços das commodities de alimentos, dadas as suas implicações potenciais especialmente para os mais vulneráveis e os pobres, que gastam cerca de 75% de sua renda em alimentos". / AGÊNCIAS INTERNACIONAIS, COM TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK
Fonte: LONDRES, NOVA YORK - O Estado de S.Paulo, 20 de julho de 2012


domingo, 22 de julho de 2012

Brócolis pode ser aliado na luta contra o Alzheimer

Cientistas da Dundee University investigam as propriedades benéficas do brócolis contra o mal de Alzheimer, segundo informou o jornal britânico Daily Mail .
Pesquisa aponta o brócolis como um importante alimento na luta contra o Alzheimer Foto: Getty Images
Foto: Getty Images

O sulforafano presente no vegetal e também encontrado na rúcula, couve e repolhos, foi definido como um importante agente de defesa do corpo e de células vitais do cérebro contra os radicais livres.

Os pesquisadores concluíram que um produto químico derivado do vegetal pode ajudar o órgão a se manter ativo e em pleno funcionamento na velhice. Sendo assim, pílulas baseadas nesta química podem ser ainda mais eficazes ainda do que ingerir o próprio brócolis, uma vez que o efeito biológico causado pelo alimento varia de pessoa para pessoa.

Espera-se que o produto possa retardar ou até mesmo parar a progressão da doença de Alzheimer e que remédios similares também possam atuar no combate a outros tipos de doenças como Parkinson, derrame e câncer.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Substância do feijão faz bem ao coração


Estudo inédito do Instituto Agronômico (IAC) de Campinas, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), encontrou quantidade expressiva de isoflavona, ácido que previne doenças coronárias, no feijão.

Apesar do consumo diário do feijão, soja era o alimento considerado referência em isoflavona - Arquivo/AE
Arquivo/AE
Apesar do consumo diário do feijão, soja era o alimento considerado referência em isoflavona
Pesquisadores de outros países diziam que a quantidade da substância em um dos alimentos mais consumidos pelos brasileiros era inexpressiva. Os estudos mostraram que a variedade de feijão IAC Formoso tem 10% da quantidade de isoflavona encontrada na soja. "Esse teor é expressivo, pois o brasileiro come regularmente feijão e não soja", diz o pesquisador Alisson Fernando Chiorato, do IAC.

A substância é usada também na reposição hormonal pelas mulheres. Nos estudos, ficou constatado que a quantidade de isoflavona varia conforme a variedade do feijão. "A quantidade encontrada no feijão Pérola, que é padrão no mercado, foi de 0,8 mg/grama, enquanto no IAC Formoso foi de 8,92 mg/grama", explica Chiorato.

"Ainda precisamos aprofundar o estudo, mas observamos quantidade elevada de isoflavona também no feijão preto e em fontes relatadas como resistentes ao caruncho e ao fungo Fusarium oxysporum. Possivelmente, quando trabalhamos nossas variedades para resistir às doenças, podemos aumentar indiretamente a quantidade de isoflavona", explica.

A pesquisa começou após o lançamento da variedade IAC Formoso, em 2011, como resultado de sete anos de melhoramento genético do feijão.

Chioratto atribui a demora na descoberta do ácido fenólico no grão ao desinteresse dos pesquisadores. "Embora o feijão seja consumido no mundo todo há muitos anos, sempre se teve a soja como o grão rico em isoflavona", diz. "Com certeza outras áreas do conhecimento se interessarão pelo assunto."

Fonte:http://www.estadao.com.br/noticias/

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Pizza saudável para todos os dias


Pizza balanceada tem 30% de vitaminas e minerais recomendadas para a dieta de um adulto
Foto: Divulgação
Muita gente ficaria feliz em comer pizza no café da manhã, no almoço e no jantar, mas do ponto de vista nutricional não seria uma boa ideia. Até agora. Pesquisadores da Universidade de Glasgow, no Reino Unido, criaram o que acreditam ser uma receita equilibrada de pizza que pode ser ingerida o dia inteiro, todos os dias: contém 30% da quantidade de vitaminas e minerais recomendadas para um adulto, assim como um terço das calorias, proteínas e carboidratos.
— Pesquisei o mercado e descobri que a alga era um novo ingrediente interessante para ser usado no pão artesanal; a usamos então para reduzir os níveis de sal. O sódio da alga é de cerca de 3,5% comparado a 40% do sódio do sal. A alga ainda tem vitamina B12 e um sabor ótimo — disse o pesquisador Mike Lean, que se inspirou na baixa qualidade nutricional da maioria das comidas rápidas para criar uma pizza que oferecesse o equilíbrio perfeito de nutrientes.
O molho de tomate da receita tem mais pimentão para aumentar a vitamina C e cada pizza tem magnésio, potássio, ácido fólico e vitamina A. Tudo isso dá a exata proporção de calorias, proteínas, gordura, carboidratos e nutrientes para cada refeição obter os 30% da ingestão diária recomendada para um adulto.
Há ainda uma questão fundamental: essa pizza é gostosa? Lean garante que sim. Muitas pessoas que testaram, segundo ele, consideraram o sabor melhor que o de outras pizzas congeladas disponíveis no mercado. As vendas começam ainda este ano nos supermercados do Reino Unido.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Produtora Copersucar passa a ser compradora de açúcar


Reuters
A Copersucar, grande produtora de açúcar e etanol no Brasil, disse nesta segunda-feira que está comprando açúcar, uma atitude rara que não ocorre há pelo menos 50 anos, após o clima chuvoso atrasar a colheita e os embarques, de acordo com fontes da indústria.
A Copersucar receberá 2.216 lotes, ou 112.578 toneladas, de açúcar ante o contrato julho da bolsa de futuros de Nova York, que vence na sexta-feira, segundo o porta-voz Guilherme Pena, que não quis fazer mais comentários.
"(Esta é a) primeira vez que um produtor recebe uma entrega" em mais de 50 anos, disse Michael McDougall, vice-presidente sênior da Newedge USA.
"É um reflexo da situação no Brasil, por conta do atraso na colheita de cana e na produção de açúcar."
Julio Borges, diretor da Job Economia também disse à Reuters que essas compras não são típicas.
"Eu não vi isso antes, mas a explicação é muito simples", disse Borges. "Uma vez que a colheita está atrasada e a previsão climática é de mais chuva que o normal para todo o período de colheita, é possível que não se moa a cana que é esperada e que a produção seja menor."
(Reportagem de Marcy Nicholson em Nova York e Peter Murphy em Brasília)