Páginas

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Bruxelas anuncia legislação para restringir clonagem e facilitar comércio de novos alimentos

A Comissão Europeia anunciou hoje três projetos legislativos para proibir a clonagem de animais para fins de exploração agroalimentar e facilitar os procedimentos de autorização de novos alimentos e a sua a entrada no mercado.
Segundo Bruxelas, duas das propostas proíbem a utilização da técnica da clonagem na União Europeia aplicável aos animais de exploração (de espécie bovina, suína, caprina, equina e ovina) e as importações dos animais clonados, tal como a comercialização de alimentos provenientes de clones animais.
Estas alterações legislativas revêm ainda o atual regulamento relativo a novos alimentos, "com vista a melhorar o acesso de produtos alimentares novos e inovadores ao mercado da União Europeia".
A Comissão Europeia considera como "novos" os alimentos que não eram consumidos no espaço europeu numa medida significativa antes de maio de 1997, ou seja, antes da entrada em vigor do atual regulamento.
O comissário da Saúde, Tonio Borg, afirmou que estas iniciativas "respondem às preocupações em matéria de bem-estar animal, bem como à percepção dos consumidores em matéria de alimentos provenientes de clones animais de uma maneira realista e viável".
"As alterações sobre os novos alimentos criarão um sistema mais eficaz, proporcionarão aos consumidores o benefício de uma ampla escolha de gêneros alimentícios e um ambiente favorável para a indústria alimentar europeia", acrescentou o responsável europeu.
O Parlamento Europeu e o Conselho irão agora discutir os projetos da Comissão e apresentar as suas posições, estimando-se que a nova legislação entrará em vigor em 2016, "na melhor das hipóteses".

Para maiores informações, clique aqui.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Embrapa quer desenvolver alface com mais vitamina para tratar depressão

     Pesquisadores da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) de Brasília estão tentando desenvolver um alface com nível mais alto de folato, ou vitamina B9, para prevenir e tratar a depressão. Experimentos com foco no aumento desse nutriente já têm sido feitos para prevenção de casos de anencefalia e de má formação do tubo neural.

     As pesquisas com o folato na alface são coordenadas pelo pesquisador Francisco Aragão, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, que apresentou na Embrapa Hortaliças, em setembro de 2012, seminário sobre o trabalho que vinha desenvolvendo para modificar geneticamente uma variedade de alface visando aumentar a presença da vitamina por meio do processo de biofortificação.

     Ao assistir a apresentação, a pesquisadora Leonora Mattos, também da Embrapa, percebeu que as pesquisas tinham semelhanças com a que ela vinha desenvolvendo com a abóbora. Ambos decidiram, então, atuar em conjunto e ampliar o foco inicial - além das mulheres grávidas, a depressão também iria fazer parte dos testes com alface biofortificada.

     O folato, sal do ácido fólico, já existe no alface, mas em pequena quantidade. Segundo a pesquisadora, trabalhos indicam que o nutriente tem efeito positivo nos casos de depressão.

     Os trabalhos contam com a participação do Departamento de Nutrição Humana da Universidade de Brasília (UnB). Testes com alface já foram feitos in vitro. Agora, devem ser iniciados estudos com ratos.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Nutrigenética traça plano alimentar contra o envelhecimento


Envelhecer bem e com saúde está entre os principais anseios de quem se preocupa com a aparência. Para fazer bonito aos 60 anos, no entanto, alguns hábitos de vida, que passam inevitavelmente pelo cardápio, devem ser levados em consideração, pois refletem diretamente no visual exibido no espelho.
Pensando nisso, o mercado de estética disponibiliza agora uma importante ferramenta a favor da pele que foge das tradicionais soluções encontradas pelo público feminino: a análise do DNA. Isso porque o genoma humano apresenta diversas variações em suas centenas de sequências que abrigam as características próprias de cada indivíduo e interferem, inclusive, no tipo de alimentação que deve ser seguida por cada pessoa em prol da sua beleza e saúde.  
Por isso, com uma simples análise laboratorial é possível identificar as variantes genéticas associadas à paciente e até mesmo detectar possíveis alterações em genes que têm ligações diretas com a alimentação e, de quebra, com a própria pele, já que alguns alimentos têm o poder de deixar as células da derme saudáveis. 
“O exame estuda de que forma o DNA responde à alimentação e que plano alimentar deve ser seguido para reduzir o risco do desenvolvimento de doenças, amenizar possíveis respostas inflamatórias e até melhorar a aparência da pele”, explica Aderuza Horst, nutricionista e pós-doutora em ciência dos alimentos pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP).
Um laudo do mapa genético da pele é emitido a partir da coleta da saliva da pessoa (de onde o DNA é extraído). O material é submetido a uma análise biotecnológica, na qual são mapeadas cerca de 125 sequências distribuídas entre genes associados à obesidade, intolerância à lactose e até mesmo ao metabolismo do corpo em relação às propriedades dos alimentos ingeridos. O exame deve ser solicitado somente por um especialista. Após o diagnóstico, a paciente deve receber acompanhamento nutricional para garantir a eficácia do tratamento que, além de beneficiar a saúde, pode manter a aparência jovem por mais tempo e até auxiliar na perda e manutenção do peso.
FICHA TÉCNICA
Nome do tratamento: nutrigenética.
Indicação: melhora a saúde de forma geral, reduzindo risco de doenças e podendo, inclusive, auxiliar na perda e manutenção de peso e no combate ao envelhecimento cutâneo.
Benefícios: equilibra o funcionando do organismo, reduz peso e melhora a textura da pele. 
Quantidade de sessões: a partir do exame, realiza-se o acompanhamento nutricional para alcançar os objetivos almejados.
Para saber mais, clique aqui.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

MPF constata novo caso de adulteração no leite no RS

Quadrilha adicionava produtos químicos ao leite com a finalidade de mascarar a adição da água e aumentar o volume do produto final, elevando o lucro

Ministério Público faz operação contra adulteração de leite no norte do Rio Grande do Sul

O Ministério Público do Rio Grande do Sul deflagrou nesta quinta-feira, em Três de Maio, noroeste do estado, uma nova fase da "Operação Leite Compensado". Estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão em quatro locais. Entre o material recolhido estão anotações, notas fiscais e documentos, além de produtos químicos. Também há mandados de busca e apreensão contra três caminhões de transporte de leite, informa o Ministério em seu site oficial.
Conforme as investigações, o transportador Airton Jacó Reidel chefia uma quadrilha composta pela esposa dele, Rejane Dias, e pelos seus sobrinhos, Roberto Carlos Baumgarten e Laércio Rodrigo Baumgarten. Os dois últimos são os motoristas do grupo, enquanto Rejane é sócia do marido e proprietária de todos os bens adquiridos por meio do crime.
A quadrilha adicionava produtos químicos ao leite com a finalidade de mascarar a adição da água e aumentar o volume do produto final para, com isso, elevar a lucratividade. Isso causa redução do valor nutritivo do leite e sérios riscos à saúde dos consumidores. Além disso, eles também acresciam peróxido de hidrogênio (água oxigenada) para elevar a durabilidade do leite, já que o produto químico atua como bactericida. Na prática, o grupo comprava leite prestes a vencer por preço até 50% inferior ao do mercado e, após a manipulação com o peróxido de hidrogênio, repassava para a indústria. O produto elimina as vitaminas A e E e, em altas concentrações, prejudica a flora intestinal.
A fraude foi detectada a partir de informes da Laticínios Bom Gosto (Grupo LBR) ao Ministério Público, a partir da assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para a melhoria do controle de qualidade do leite recebido. Três relatórios do laboratório da Univates, credenciado pelo Ministério da Agricultura, apontaram presença de água oxigenada, o que é proibido pelas normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
No início de maio, o Ministério Público gaúcho deu início à "Operação Leite Compensado", na qual apurou que cinco empresas de transporte de leite adulteravam o produto cru entregue à indústria. Na ocasião, foram cumpridos dez mandados de prisão e oito de busca e apreensão nas cidades de Ibirubá, Guaporé e Horizontina.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

EUA estudam banir gordura trans dos alimentos

Presente em produtos industrializados, item foi classificado pelo órgão como 'não seguro' para o uso na fabricação de alimentos


Fabiana Cambricoli
Um anúncio feito nesta quinta-feira pela FDA (Food and Drugs Administration), agência americana que regulamenta medicamentos e alimentos nos EUA, poderá levar à proibição da gordura trans naquele país. Presente em produtos industrializados como bolos e pães, o óleo hidrogenado, origem da gordura trans, foi classificado pelo órgão como "não seguro" para o uso na fabricação de alimentos.
Segundo a agência, a constatação foi feita com base em evidências científicas que mostram que o consumo de gordura trans aumenta o risco de doenças cardíacas. Antes de declarar sua posição final, a FDA ouvirá a indústria e consumidores. A consulta será feita em 60 dias. Se o composto for declarado, em definitivo, como inseguro, passará a ser proibido.
Segundo o órgão, uma futura redução da gordura trans na alimentação dos americanos poderia evitar 7 mil mortes e 20 mil enfartes por ano no País.
Procurada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disse que não comentaria o anúncio da FDA e informou que não há proposta para proibir o composto no Brasil. Disse, no entanto, que o Ministério da Saúde vem firmando uma série de acordos com a indústria alimentícia para a redução do teor de substâncias prejudiciais, como sódio, açúcar e alguns tipos de gordura. Tais acordos, porém, não têm força de lei. A adesão é facultativa.
O órgão brasileiro disse ainda que desde 2006 os fabricantes são obrigados a indicar na embalagem dos produtos o porcentual de gordura trans.
Impacto positivo. Segundo Raul Dias dos Santos, professor da Faculdade de Medicina da USP e diretor da Unidade de Lípides do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor), estudos já mostraram que a gordura trans é a que traz mais prejuízos à saúde e sua proibição seria positiva. Ele afirma, porém, que é preciso ter cautela em relação às substâncias que a substituiriam.
"Estudos já mostraram que a trans aumenta o colesterol ruim e diminui o bom, provoca inflamação do sangue e favorece o acúmulo de gordura na região abdominal. O problema é o que vai ser colocado no lugar dela. Geralmente, são gorduras saturadas, que também aumentam os níveis de colesterol ruim", disse Santos.
Em sua forma natural, a gordura trans é encontrada na carne vermelha e em queijos, em quantidade bem inferior. A FDA informou que esses alimentos não seriam afetados.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Estudo encontra indícios de fraude em marcas de azeite

    Pesquisa da Proteste indica que as marcas não podem ser consideradas azeite, ao contrário do que dizem suas embalagens.

Azeites de Oliva
Azeites de Oliva: pesquisa aponta irregularidades em marcas

    Um estudo da Proteste - Associação de Consumidores com 19 marcas de azeite extravirgem vendidas no mercado brasileiro constatou que os rótulos Figueira da Foz, Tradição, Quinta d’Aldeia e Vila Real contém indícios de fraude e não podem ser considerados azeites, ao contrário do que suas embalagens sugerem, e sim uma mistura de óleos refinados.

    De acordo com testes químicos feitos pela entidade, os produtos desclassificados receberam adição de outros óleos e gorduras, em proporções fora da legislação vigente.

    A entidade afirma que irá notificar o Ministério Público, a Anvisa e o Ministério da Agricultura. "Cabe ao órgãos reguladores avaliar esta questão e retirar do mercado esses azeites que não condizem com as normas. Também pedimos que a fiscalização seja intensificada, para que os produtos sejam adequados às condições reais de informação em seus rótulos", afirma Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste. 

    Segundo a pesquisa, apenas 8 dos produtos testados apresentam qualidade de extravirgem: Cardeal, Carrefour, Olivas do Sul, Cocinero, Andorinha, La Violetera, Vila Flor e Qualitá.

    Outros sete (Gallo, Borges, Carbonell, Pramesa, Beirão, La Espanhola e Serrata) foram classificados como apenas virgens em teste sensorial feito por especialistas em azeite, ainda que se identifiquem como extravirgens em suas embalagens e anúncios publicitários.

Saiba mais aqui.


quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Governo assina quarto acordo para redução de sal nos alimentos industrializados

Brasília – Laticínios, embutidos e sopas prontas entraram na lista de alimentos que devem sofrer redução de sódio, porque o consumo elevado é um dos causadores de hipertensão arterial. A medida está no quarto acordo destinado a diminuir a quantidade do produto em alimentos industrializados. O documento foi assinado hoje (5) pelo Ministério da Saúde e a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia).
Com o compromisso, chega a 16 o número de grupos alimentares incluídos. A meta nacional é retirar 28 mil toneladas de sódio de alimentos até 2020. O sódio está presente no sal de cozinha e em alimentos industrializados. É usado não só para dar sabor. Exerce outras funções, incluindo a de conservante.
“Muitos produtos têm muito sal e as pessoas nem sabem. São produtos que, cada vez mais, entram na alimentação das pessoas, estão no refeitório do trabalho e na merenda escolar. Por isso, a importância estratégica da parceria com a indústria”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
O compromisso firmado hoje prevê que nos próximos quatro anos ocorra redução de 68% do sódio no queijo muçarela, de 63% no requeijão cremoso, 59% em hamburgueres, 54,8% em empanados, 29,8% em salsichas e 33,2% em sopas prontas. A lista completa dos produtos e metas de redução de sódio está no site do Ministério da Saúde.
Desde a assinatura do primeiro acordo, em 2011, a estimativa é que 11,3 toneladas de sódio tenham sido retiradas de alimentos. “Encontramos caminhos e estamos procurando soluções para conseguir bater a meta antes 2020. Uma parte disso vai depender de educação. Precisamos informar às crianças sobre educação alimentar, e também ajudar o governo a comunicar os hábitos saudáveis”, disse o presidente da Associação, Edmundo Klotz.
Antes do acordo assinado hoje, estavam na lista de alimentos que devem sofre redução do sódio pães de tipo bisnaga, mistura para bolos, salgadinhos de milho, caldos, batata frita, biscoitos e maionese.
A Pesquisa do Orçamento Familiar do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostra que o brasileiro consome, em média, 12 gramas de sódio por dia, considerando o sal de mesa e o sódio dos alimentos. O consumo é mais que o dobro das cinco gramas diárias recomendadas pela Organização Mundial de Saúde.
Para saber mais, clique aqui.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Pesquisa diz que 29% dos alimentos têm resíduos irregulares de agrotóxicos

O resultado do monitoramento do último Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para 2011/2012) revelou que 36% das amostras de 2011 e 29% das amostras de 2012 têm irregularidades na presença de agrotóxicos.  Na avaliação da agência é preciso investir na formação dos produtores rurais e no acompanhamento do uso do produto.
Existem dois tipos de irregularidades avaliadas, uma quando a amostra contém agrotóxico acima do limite máximo de resíduo permitido e outra quando a amostra apresenta resíduos de agrotóxicos não autorizados para o alimento pesquisado. O levantamento revelou ainda que dois agrotóxicos nunca registrados no Brasil, o azaconazol e o tebufempirade, foram encontrados nas amostras de alimentos, o que pode significar que estes alimentos entraram no país contrabandeados.
Em 2011 o pimentão foi o produto analisado que teve o maior número de amostras com irregularidades. Das 213 amostras analisadas, 84% tiveram uso de agrotóxico não autorizado no Brasil, 0,9% tinham índices acima do permitido e 4,7% tinham as duas irregularidades. Em seguida vieram cenoura, com 67% de amostras irregulares; pepino, com 44%, e a alface, com 42%. Em 2012, o morango apareceu com 59% de irregularidades nas amostras e novamente o pepino, com 42%.
A agência explica que alguns agrotóxicos aplicados nos alimentos agrícolas e no solo têm a capacidade de penetrar em folhas e polpas. Por isso, a lavagem dos alimentos em água corrente e a retirada de cascas e folhas externas, apesar de contribuem para a redução dos resíduos de agrotóxicos, são incapazes de eliminar aqueles contidos em suas partes internas.
O atual relatório traz o resultado de 3.293 amostras de treze alimentos monitorados, incluindo arroz, feijão, morango, pimentão, tomate, dentre outros. A escolha dos alimentos foi baseada nos dados de consumo levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na disponibilidade dos alimentos nos supermercados e no perfil de uso de agrotóxicos nos alimentos.
Para a Anvisa, o aspecto positivo do Para é a capacidade dos órgãos locais em identificar a origem do alimento e permitir que medidas corretivas sejam adotadas vem aumentado. Em 2012, 36% das amostras puderam ser rastreadas até o produtor e 50% até o distribuidor do alimento.
A Anvisa coordena o Para em conjunto com as vigilâncias sanitárias dos estados e municípios participantes, que fizeram os procedimentos de coleta dos alimentos nos supermercados e de envio aos laboratórios para análise. Assim, é possível verificar se os produtos comercializados estão de acordo com o estabelecido pela agência.

sábado, 2 de novembro de 2013

'A Ambev é o modelo para a nova BRF'


Bônus por resultado, melhoria na distribuição e expansão internacional são novas metas da gigante dos alimentos


Claudio Galeazzi, 73 anos, conhecido tanto pela atuação como executivo quanto como consultor, mal chegou, mas o clima de mudança já está no ar nos corredores da BRF. O novo presidente da gigante dos alimentos - cuja indicação foi oficializada na quarta-feira pelo conselho da empresa, capitaneado por Abilio Diniz - chega para implementar mudanças radicais: vai mexer na bonificação dos funcionários, melhorar o aproveitamento da equipe comercial e iniciar uma estratégia de compras visando tornar a BRF uma "gigante global".
Ao Estado, ele afirmou que o modelo de gestão da nova BRF é a Ambev, uma das empresas brasileiras mais competitivas e internacionalizadas. 
Leia os principais trechos da entrevista:
  • A estrutura da BRF vai ficar mais enxuta?

As oportunidades existem porque a empresa veio de um processo complexo desde antes da fusão, quando a Perdigão vinha adquirindo empresas para concorrer com a BRF. Aí as empresas se fundiram (em 2009). Foi um processo bem conduzido, como provam os resultados. Agora, a BRF vai ter de recomeçar e abandonar o DNA industrial. Dentro do novo modelo, a indústria passa a ser o apoio à área comercial.
  • Onde há oportunidades para reduzir a atual estrutura?

Hoje, temos equipes diferentes vendendo Sadia, Perdigão e Batavo. É um contrassenso. Nós deveremos determinar que a venda seja feita de uma vez, para todas as marcas. Vão sobrar vendedores, que poderão ser usados nas "áreas brancas", que estão localizadas entre as diferentes regionais da empresa, onde a distribuição é deficiente. Então, há oportunidades para corte, mas eles não vão necessariamente ocorrer.
  • As fábricas são flexíveis o suficiente para suportar o foco na área comercial?

Sim. Terão de se adaptar à nova lógica. Hoje, a indústria produz salsicha, por exemplo, porque existe uma vantagem de custos de maquinário. Mas, no comércio, o produto não tem saída e o vendedor é obrigado a baixar o preço. Ficou claro, nos grupos de trabalho que fizemos nos últimos 100 dias, de que essa economia se perde. Os próprios funcionários chegaram à conclusão e definiram a mudança, com ajuda de consultorias (Galeazzi & Associados, BCG e McKinsey).
  • O que esse trabalho de redesenho mostrou sobre a equipe?

Os executivos conhecem muito bem seus feudos, suas áreas, mas não a empresa como um todo. Eles ficaram surpresos com as oportunidades que estavam sendo perdidas. Os nossos investimentos industriais passarão a ser bem mais pensados, calculados. A prioridade serão os que visam melhorar a produtividade.
  • A 'nova' BRF trabalha com um modelo em termos de gestão e cultura?

O benchmark (modelo de referência) seria a Ambev. Nós queremos que a empresa seja global, com presença local nos mercados-chave definidos pelo planejamento estratégico. Há dois caminhos para atingir esse objetivo: construir uma fábrica e introduzir uma nova marca ou comprar uma operação já existente. Eu prefiro a segunda opção, que poupa muito trabalho. Olhando o mundo, a Heinz é um exemplo de empresa globalizada (a companhia americana tem entre seus sócios o fundo 3G, capitaneado pelos fundadores da Ambev).
  • Com tantas mudanças, como será reter os talentos necessários para a companhia?

Eu não tenho medo de perder talentos para outras empresas. Vamos ter um sistema de remuneração novo, parrudo. Vai ser agressivo, com foco nos resultados, como é no Pão de Açúcar, porque é assim que o Abilio gosta.
  • Neste momento, qual é sua prioridade número um?

É o alinhamento das expectativas do nosso pessoal interno. As pessoas têm de estar comprometidas com as grandes prioridades. Aqui tem um plantel gerencial potencial grande a ser desenvolvido. Toda vez que eu entro em uma empresa eu aviso: 'vocês vão trabalhar como nunca trabalham antes'.
           17 de agosto de 2013
            FERNANDO SCHELLER , SUZANA INHESTA - O Estado de S.Paulo

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Venezuela importará 400 mil toneladas de alimentos em 2 meses

Compra será feita em novembro e dezembro deste ano.
Objetivo é combater o desabastecimento.


Venezuela importará 400 mil toneladas de alimentos de países latino-americanos nos meses de novembro e dezembro para combater o desabastecimento, informou nesta quinta-feira (24) o ministro para a Alimentação, Félix Osorio.
"Está previsto para novembro e dezembro a chegada de mais de 400 mil toneladas de alimentos", disse Osorio à TV estatal, explicando que do Brasil virão 80 mil toneladas de carne e grãos, principalmente.
A escassez cíclica de alimentos como açúcar, café, azeite e leite, ou produtos básicos como papel higiênico, tem se agravado na Venezuela, onde a inflação nos últimos doze meses foi de 49,4% em setembro, a mais elevada dos últimos 13 anos, segundo números oficiais.
O presidente Nicolás Maduro, que atribui a escassez a uma "guerra econômica" liderada por empresários ligados à oposição, anunciou na segunda-feira passada que acertou com o Brasil a importação de alimentos, principalmente soja, milho e carne.
Em setembro passado, o ministério da Agricultura informou que a Venezuela - que conta com as maiores reservas de petróleo do mundo - importa 50% dos alimentos que consome.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

MST vai fornecer alimentos orgânicos para escolas de SP

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) vai fornecer alimentos orgânicos para a rede de escolas públicas de São Paulo.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) vai fornecer alimentos orgânicos para a rede de escolas públicas de São Paulo, segundo um acordo assinado nesta quinta-feira pela Prefeitura com o movimento social.O MST afirmou em comunicado que as escolas municipais, onde estudam 260 mil crianças, passarão a receber alimentos "livres de agrotóxicos", produzidos nos assentamentos dos trabalhadores rurais que lutam pela reforma agrária no país.O acordo foi assinado pela administração municipal e as cooperativas de produtores do MST sob o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).No primeiro e inédito acordo, o MST entregará 930 toneladas de arroz orgânico, produzido pelas 1.400 famílias que integram a Cooperativa dos Trabalhadores dos Assentados da Região do Porto Alegre (Cootap), no Rio Grande do Sul, no valor de R$ 2,4 milhões.


Fonte: http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/mst-vai-fornecer-alimentos-organicos-para-escolas-de-sp

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Jovens criam horta-aquário para cultivar alimento em casa

    Sem ocupar muito espaço e livre de agrotóxicos, projeto chamado de “Aqualibrium Garden” leva a produção de frutas e vegetais para dentro das quatro paredes

Aqualibrium Garden

    Composto por módulos, ele funciona por aquaponia, em um sistema fechado para criação de plantas e peixes. A relação é simples: os peixes fornecem os nutrientes que fertilizam a terra para as mudas, enquanto as plantas fazem a purificação da água dos peixes.

    Além de não ocupar muito espaço dentro de casa, a estrutura dispensa uso de agrotóxicos, ou fertilizantes químicos, garantindo alimentos orgânicos. “Observar os peixes e ver como as plantas crescem pode ser um ótimo passatempo, uma ferramenta educacional maravilhosa para as crianças e uma forma inteligente de economizar com o alto custo dos alimentos”, garantem.

    Para viabilizar comercialmente o sistema, eles buscam apoio no site de financiamento coletivo Kickstarter. Segundo o grupo, a versão comercial do Aqualibrium Garden será feita de material transparente (ao invés do plástico branco do protótipo).

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Conselho quer regulação da publicidade de alimentos

O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) encaminhou ao Congresso recomendação para que seja dada prioridade à tramitação dos projetos de lei que proponham a regulação da publicidade de alimentos não saudáveis. O Consea defende tal sugestão ressaltando o direito humano à alimentação e os direitos básicos dos consumidores à informação e à proteção contra publicidades enganosas e abusivas.
A recomendação Consea 006/2013 aborda o impacto negativo à saúde provocado pelas massivas estratégias de comunicação mercadológica veiculadas em diversos meios e formatos para promoção de alimentos industrializados e ultraprocessados com altos teores de sódio, açúcar, gorduras e bebidas de baixo valor nutricional.
No texto, o conselho cita critério fixado pelo Código de Defesa do Consumidor que assegura o direito à informação, até mesmo veiculada por meio de propaganda, sobre as características de produtos e serviços de forma correta, clara, precisa, e também sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores.
Um dos itens lembrados pelo Consea, dentro do Código de Defesa do Consumidor, é o que proíbe a propaganda abusiva, dentre elas a que tire proveito da deficiência de julgamento e experiência da criança e que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à saúde ou segurança.
A recomendação cita ainda dados sobre a ocorrência de sobrepeso e obesidade, destacando que a questão é verificada em todos os grupos de renda e em todas as regiões do Brasil e que tais dados já permitem considerar esta situação como epidêmica. Diante disso, o conselho alerta para o consequente aumento no número de pacientes, cada vez mais jovens, com doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como câncer, hipertensão, enfermidades cardiovasculares e diabetes, havendo previsão que em 2030 essas moléstias respondam por 70% das mortes do mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), "sendo urgente a adoção de estratégias para reversão desse quadro". O documento é assinado pela presidente do conselho, Maria Emília Lisboa Pacheco. O Consea é um conselho de assessoramento da Presidência da República. O grupo é formado por 19 representantes de ministérios e 38 da sociedade civil.
Para saber mais, clique aqui.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

INOVAÇÃO É CHAVE PARA CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL DA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS

 A inovação constante é a forma para a indústria de alimentos superar o desafio de oferecer produtos funcionais, de longa durabilidade, com praticidade no consumo, tudo isso sem perder o sabor e as demais características sensoriais. É o que apontam os palestrantes do Workshop Internacional de Processamento Não Térmico de Alimentos, promovido pelo SENAI, entidade da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), e pela Embrapa. Aberto na segunda-feira, o evento prossegue até esta quarta, dia 2, no Centro de Eventos da FIESC.

Com palestrantes dos Estados Unidos, Alemanha, Espanha, Bélgica, Austrália, além do Brasil e participantes de 12 países, o Workshop detalha técnicas de processamento que, reduzindo ou eliminando o aquecimento, mantém as características naturais e os nutrientes dos produtos por períodos mais extensos. Para o pesquisador da Washington State University Gustavo Barbosa-Cánovas, que realizou a palestra de abertura, a inovação é elemento-chave para o crescimento sustentável da indústria de alimentos. Doutor honoris causa pela universidade de Cartagena, na Espanha, Cánovas relatou em sua apresentação o histórico vivido por ele na área de processamento não térmico, apresentando os principais centros de pesquisa, institutos financiadores e publicações dedicadas do mundo. Informações fundamentais para os cientistas que pretendem se aprofundar na área.

Pesquisas militares

Pesquisador do US Army Natick Soldier Research, Development and Engineering Center (NSRDEC), do exército americano, Christopher Doona apresentou diversos exemplos de inovações em alimentos desenvolvidas pelas forças armadas de seu país. Citou, por exemplo, os alimentos desidratados e que possam ser reidratados rapidamente, inclusive usando neve; uma minicozinha dentro de uma caixa de papelão e a embalagem que aquece o alimento sem fogo, a partir de uma reação química. Doona relatou ainda o desenvolvimento de um purê de batatas servido em bisnagas, uma praticidade que facilita a alimentação de quem esteja utilizando capacete. Por isso, foi utilizada inicialmente por astronautas, depois por pilotos de aviões militares e chegou aos hospitais, beneficiando pacientes com dificuldades de realizar suas refeições. "A meta geral é fazer a transferência para o uso militar ou até comercial das tecnologias. Temos algumas patentes e licenciamento de produtos usados comercialmente. Muitos deles são tratamentos com dióxido de cloro para desinfecção e conservação de alimentos e para que os soldados possam usar em campanha ou mesmo depois para a sociedade em geral", afirmou Doona.

O gerente-executivo de Inovação e Tecnologia do Departamento Nacional do SENAI, Jefferson de Oliveira Gomes, explicou os objetivos do Programa de Apoio à Competitividade da Indústria Brasileira, iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), por meio do SENAI. "Estamos investindo em torno de 1 bilhão de dólares em uma rede 24 institutos de inovação e 62 de tecnologia, que terão a capacidade de atender os desafios das indústrias", afirmou. Nove das instituições de tecnologia são focadas na área de alimentos, uma delas em Chapecó (SC). "Vamos oferecer inovação, serviços e ambientes para propagar o empreendedorismo", salientou Jefferson. Para ele, "a única chance de o Brasil desenvolver produtos novos, inovadores é promover uma conexão entre empresas grandes, empresas pequenas, academia, parques tecnológicos e incubadoras". Jefferson afirma que o programa vai promover a associação com as grandes empresas, "mas, sobretudo, criar ambientes para pequenas empresas se desenvolverem".

O diretor regional do SENAI/SC, Sérgio Roberto Arruda, destacou a importância do aprimoramento da indústria de alimentos. "O Brasil e o mundo vivem uma dicotomia: as pessoas oscilam entre obesidade e a fome - esta não tanto de carboidrato e sim de proteínas". E ressaltou a relevância do setor na economia catarinense, como grande exportador produtor e exportador de proteínas, em especial de carnes de frango e suínos.

O presidente do Workshop e pesquisador da Embrapa, Amauri Rosenthal, salientou que o Brasil tem economia fortemente baseado no agronegócios, mas que ainda é intensivo em exportação de commodities. Em sua avaliação, alianças estratégicas entre a Embrapa, o SENAI e outras instituições podem contribuir para alterar o quadro. A realização do Workshop no Brasil também contribui para isso. "O evento é realizado desde o ano 2000, inicialmente apenas no circuito Estados Unidos-Europa, depois foi para a China e Austrália e, agora, pela primeira vez se realiza na América Latina".

Fonte: http://www.sc.senai.br/siteinstitucional/comunicacao/noticias/exibir/id/1035/titulo/

domingo, 6 de outubro de 2013

Preço global dos alimentos 

cai devido à boa safra de 

grãos


Redução foi puxada pela queda nos preços dos cereais

Preço global dos alimentos cai devido à boa safra de grãos William Gonçalves/Especial

Os preços dos alimentos caíram no mundo inteiro pelo quinto mês seguido, em setembro, disse a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quinta-feira. Segundo os dados da entidade, a produção de cereais ajudou a reconstruir as reservas de alimentos mundiais, diminuindo a pressão dos preços.
O índice dos preços de alimentos da Organização da ONU para Alimentos e Agricultura (FAO) — uma medida da variação mensal no preço internacional de uma cesta de alimentos (commodities) — registrou 199,1 pontos em setembro. Com queda de 2,3 pontos ou 1% em relação a agosto, o índice 5,4% desde o começo do ano.
A queda aconteceu devido à redução do sub-índice de cereais, que caiu 12,9 pontos, ou 6% em relação a agosto, a 197,7 pontos em setembro.
A queda reflete "uma perspectiva de fornecimento, em geral, favorável, em particular para milho e arroz", disse a FAO.
A organização reduziu sua projeção sobre a produção mundial de cereais de 3 milhões de toneladas para 2,489 milhões, o que representa alta de 8% em relação ao ano anterior. Os outros sub-índices da FAO, laticínios, óleos, carne e açúcar, subiram levemente.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Empresário quer abrir loja de comida vencida nos EUA

Ideia do projeto chamado de Daily Table, um misto de supermercado e restaurante, é reduzir o desperdício de alimento e vender comida a preço baixo

São Paulo - Você comeria num restaurante que traz no cardápio pratos feitos com alimentosvencidos e que, por isso, cobra um preço camarada? Pois é exatamente essa experiência que o empresário Doug Rauch quer tornar real nos Estados Unidos.
Ex-presidente da cadeia de supermercados Trader Joe's, Rauch planeja abrir o primeiro Daily Table, um misto de supermercado e restaurante, já em 2014. A ideia é reduzir o desperdício de alimento e vender comida a preço baixo.
"Mas que absurdo comer alimento fora da validade!", você deve estar pensando. Calma. A proposta tem fundamento. Recentemente, o Conselho de Defesa dos Recursos Naturais (NRDC) emitiu um relatório, feito em parceria com pesquisadores de Havard, dizendo que grande parte dos alimentos rotulados como vencidos nos EUA é perfeitamente comestível.
Só naquele país, 40% dos alimentos são jogados no lixo, em parte por causa de rótulos com datas confusas de vencimento, que dizem aos consumidores para "consumir até", "vender por" e "desfrutar preferencialmente até" certo tempo. "Algumas das datas não têm relação com a segurança, mas com o gosto, diz Dana Gunders, uma das cientistas do NRDC.
Os principais alimentos que deverão encher as gôndolas e os pratos são frutas e legumes, explica o empresário ao site NPR: "A ideia é oferecer nutrição acessível para os carentes em nossas cidades. É, basicamente, tentar utilizar este 40% de alimento desperdiçado que vem, em grande medida, do excesso de comida que é jogado fora por mercearias[....] e de produtores que têm produtos que são nutricionalmente bons, mas que esteticamente não são atrativos para venda por terem manchas ou pequenos machucados".

domingo, 29 de setembro de 2013

Mito ou realidade: vinho tinto faz bem à saúde?

    Há alguns anos se divulga que uma dose moderada de vinho tinto todos os dias faz bem à saúde. Não só para combater o câncer, mas também para reduzir o colesterol e evitar coágulos nos vasos sanguíneos.

Vinhos tintos fabricados sob modo de produção moderno 
não têm mesmo benefício, diz cientista.

    Mas estudos recentes questionam as evidências destes benefícios e apontam que eles podem estar restritos a vinhos caseiros ou fabricados seguindo um modo de produção tradicional.

    Embora os cientistas concordem que o consumo moderado de vinho tinto possa ajudar a proteger o coração, reduzir o colesterol "ruim" e prevenir o entupimento das veias e artérias, há divergências sobre o que está por trás desses benefícios.

    Recentemente, um grupo de cientistas tentou descobrir por que o vinho tinto caseiro feito no Uruguai é tão saudável e chegou a sequenciar o código genético da uva Tannat, usado na produção do vinho.

  Os especialistas identificaram uma alta quantidade de procianidina, uma classe de flavonoide, compostos químicos encontrados em frutas, vegetais, chás, cereais, cacau e soja com benefícios antioxidantes e para prevenção ao câncer que vêm sendo estudados há anos.

   Roger Corder, professor de terapias experimentais da Universidade Queen Mary, de Londres, é autor do livro The Red Wine Diet (A Dieta do Vinho Tinto, em tradução livre) e esteve por trás do estudo que pesquisou o vinho tinto uruguaio.

    Ele confirma que a uva Tannat contém um nível três ou quatro vezes maior de procianidinas do que a uva Cabernet Sauvignon.

  O pesquisador diz que estes compostos, aliados aos taninos (que combatem o envelhecimento das células e também são encontrados no vinho) seriam os grandes responsáveis pelos efeitos positivos do vinho tinto sobre a saúde.

Resveratrol

    Outros cientistas apontam para o papel do resveratrol, um composto encontrado na casca das uvas vermelhas.

    Saudado durante muitos anos como uma espécie de substância milagrosa, o resveratrol é um composto que, segundo os cientistas, poderia retardar o envelhecimento e combater o câncer e a obesidade.

    Até o momento, estudos feitos em laboratório revelaram resultados animadores em testes com camundongos, mas ainda não foram encontradas evidências sobre a eficiência do composto em humanos.

    Na Universidade de Leicester, na Inglaterra, testes com ratos indicaram que dois copos de vinho por dia podem reduzir a incidência de tumores nos intestinos - e o cientistas estudam maneiras de desenvolver o resveratrol como um composto isolado, para ser ingerido individualmente como uma droga para prevenir o câncer.

  Entretanto, para Roger Corder, da Universidade Queen Mary, de Londres, há pouca evidência sobre a importância do resveratrol.

    "É um mito que o resveratrol tenha qualquer coisa a ver com os benefícios do vinho tinto à saúde. A maioria dos vinhos tintos contém quantidades insignificantes de resveratrol e aqueles que possuem um pouco não contêm o suficiente para fazer qualquer efeito", diz.

    Ele diz que são as sementes, e não a casca da uva, que contêm o segredo do vinho tinto.

   Quando as uvas são fermentadas por diversas semanas ou mais, as sementes podem liberar flavonoides que evoluem como moléculas mais complexas.

    Mas a má notícia é que isso não acontece com todos os vinhos, diz o cientista, sugerindo que os grandes benefícios da bebida podem ser restritos a um modo de produção mais tradicional – semelhante ao vinho tinto caseiro uruguaio.

    "A maior parte dos vinhos modernos não usa esta técnica durante a fabricação", afirma o cientista, reforçando a necessidade do consumo moderado.

   "É muito difícil dizer que o vinho é uma bebida saudável quando as pessoas consomem muito álcool, na hora errado do dia e sem comer".

Câncer

    Para Emma Smith, do Cancer Research UK, centro britânico de pesquisas para o câncer, é um erro tomar vinho tinto achando que isto fará bem à saúde.

   "O vinho tinto contém uma quantidade muito pequena de resveratrol e as pessoas não deveriam beber vinho com a intenção de obter benefícios para a saúde", diz.

    Ela ressalta que tradicionalmente o álcool tem uma ligação negativa com o câncer.

    "É importante relembrar que, mesmo em quantias moderadas, o álcool aumenta o risco de vários tipos de câncer e estima-se que seja a causa de cerca de 12.500 casos de câncer na Grã-Bretanha todos os anos".

Para saber mais clique aqui.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Uva roxa e mirtilo ajudam a melhorar defesas contra doenças, diz estudo

Compostos presentes nessas frutas impactam gene que atua na imunidade.
Equipe diz, porém, que benefícios no consumo precisam de comprovação.

Mirtilo (Foto:  Photo courtesy of US Department of Agriculture)
Composto do mirtilo foi analisado no estudo (Foto:
Photo courtesy of US Department of Agriculture)
Cientistas americanos analisaram 446 compostos de plantas para observar o estímulo ao sistema imunológico nos seres humanos e descobriram apenas dois que se destacaram: o resveratrol, encontrado em uvas roxas, e a pterostilbena, presente no mirtilo (blueberry).
Essas duas substâncias fazem parte do mesmo grupo, os estilbenoides, que atuam em conjunto com a vitamina D e têm um impacto significativo na expressão de um gene chamado CAMP, envolvido na função de defesa do organismo. Os resultados da pesquisa, apoiada pelo Instituto Nacional de Saúde (NIH) dos EUA, foram publicados na terça-feira (17) na revista "Molecular Nutrition and Food Research".
Segundo os cientistas do Instituto Linus Pauling, da Universidade do Oregon, onde ocorreu o estudo, a descoberta foi feita em culturas de células em laboratório e não é prova definitiva de que esse efeito poderá ser visto em um aumento do consumo. Apesar disso, os autores, liderados por Adrian Gombart, destacam o potencial que alguns alimentos concentram para melhorar a resposta imunológica.
Uva roxa contém resveratrol (Foto: Photo courtesy of US Department of Agriculture)Uva roxa tem substância chamada resveratrol (Foto:
Photo courtesy of US Department of Agriculture)
O resveratrol tem sido alvo de dezenas de estudos sobre inúmeros benefícios, desde à saúde do coração até contra o câncer ou inflamações. Mas, segundo os pesquisadores, esse é o primeiro trabalho a mostrar uma interação clara do composto com a vitamina D e a expressão do gene CAMP.
Esse gene também tem sido alvo de várias pesquisas, pois sabe-se que ele desempenha um papel-chave no sistema imunológico inato (que nasce com a pessoa), capaz de combater infecções bacterianas, por exemplo. Segundo os cientistas, é fundamental estudar essa resposta imune inata porque muitos antibióticos atualmente têm perdido eficácia e favorecido bactérias cada vez mais resistentes.
Para os pesquisadores, novos estudos também são necessários para entender melhor como a alimentação interfere no nosso sistema de defesa. Eles pretendem observar, ainda, se é possível usar compostos naturais para impulsionar a resposta imune inata.
Para saber mais, clique aqui.

domingo, 22 de setembro de 2013

Como esta embalagem pode reduzir o desperdício de alimento

O FreshPaper é uma folha de papel repleta de especiarias orgânicas, que inibem o crescimento de bactérias e fungos e aumentam o prazo de validade em até 4 vezes.


Embalagem FreshPaper, vencedora do prêmio de design Index 2013

FreshPaper: um dos vencedores do Index 2013, que premia soluções para  desafios globais


Por ano, quase metade dos alimentos produzidos no mundo vão parar no lixo. Mas uma simples embalagem de papel pode ajudar a reduzir este desperdício.Trata-se do FreshPaper, um dos projetos vencedores do prêmio Index 2013, que reconhece as soluções de design sustentável para enfrentar desafios globais.
Desenvolvido pela jovem designer indiana Kavita Shukla, o FreshPaper é uma simples folha de papel repleta de especiarias orgânicas, que inibem o crescimento de bactérias e fungos, aumentando de duas a quatro vezes o prazo de validade de frutas e legumes e vegetais.
A ideia surgiu de uma dor de barriga, que não aconteceu. Explica-se. Há alguns anos, enquanto visitava familiares na Índia, a estudante acidentalmente bebeu um pouco de água da torneira. Preocupada, sua avó deu-lhe um "chá de especiarias", para evitar que a menina adoecesse. A fórmula bendita não só impediu que Kavita sofresse alguma infecção, como aguçou a curiosidade da jovem.
Depois de anos de experiências com as especiarias (começando com um projeto de ciências no ensino médio), ela descobriu uma nova aplicação do remédio - uma maneira surpreendentemente eficaz para manter os alimentos frescos.
Aos 17 anos, ela foi premiada com uma patente para o FreshPaper. Hoje, a embalagem está disponível nas lojas de todo o Estados Unidos, incluindo as gigantes Whole Foods e Wegmans, e é utilizada por s agricultores e famílias em mais de 35 países.
Agora, com sua empresa social a Fenugree, Kavita pretende usar os 100 mil euros que recebeu do Index, para aumentar a distribuição da embalagem na África e na Índia através de parcerias com ONGs e instituições de pesquisa.

Fonte: Revista Exame - 02/09/2013 

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Pesquisadores descobrem possível gene ligado à anorexia

Segundo estudo, a doença pode estar relacionada a uma alteração no metabolismo do colesterol, capaz de afetar o humor e os hábitos alimentares

DNA


















Um grande estudo sobre as origens genéticas da anorexia nervosa mostrou que a doença pode estar relacionada a um gene que atua no processamento do colesterol, e que seria capaz de influenciar o humor e os hábitos alimentares dos pacientes.
“Essas descobertas apontam para uma direção que provavelmente ninguém considerou antes”, afirma Nicholas Schork, professor do Instituto de Pesquisa Scripps, nos Estados Unidos, que participou do estudo, publicado na semana passada no periódico Molecular Psychiatry.
A anorexia é um distúrbio psiquiátrico que afeta principalmente mulheres jovens. Pessoas nessa condição tendem a restringir sua alimentação e, mesmo se tornando extremamente magras, têm uma visão distorcida sobre elas mesmas, frequentemente acreditando estar acima do peso. Segundo Walter Kaye, coautor do estudo e professor da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, a anorexia pode estar relacionada à ansiedade e depressão.
A forma como a doença se desenvolve ainda não é totalmente compreendida pelos pesquisadores. Fatores culturais, estresse, puberdade e relações sociais parecem influenciar o quadro, mas estudos com gêmeos sugerem que a genética também desempenha um papel de grande importância.
Pesquisa – No estudo atual, o maior sequenciamento já feito da anorexia, foram utilizadas informações genéticas de mais de 1.200 pacientes com anorexia e quase 2.000 pessoas que não tinham a doença, e serviram como grupo de controle.
Primeiro, foram selecionados 150 genes que já haviam sido relacionados aos hábitos alimentares ou à anorexia em estudos anteriores. Um dos que apresentou um sinal mais forte de ligação com a doença foi o gene EPHX2, que codifica uma enzima responsável por regular o metabolismo do colesterol. Os pesquisadores então realizaram diversos testes, com métodos de análise genética distintos, e continuaram a encontrar o mesmo resultado: algumas variações desse gene ocorrem com mais frequência em pessoas com a anorexia.
Explicações – Os pesquisadores ainda não descobriram como mudanças no metabolismo do colesterol  podem levar à anorexia, mas observaram que pessoas com essa doença apresentam níveis de colesterol elevados, mesmo sendo muito magras. Com base em evidências de que o nível da substância no sangue está associado ao humor, uma hipótese desenvolvida pelos pesquisadores é que algumas pessoas com anorexia de origem genética podem experimentar melhoras no humor ocasionadas pela elevação do colesterol que ocorre quando elas não se alimentam.
“Essa hipótese seria de que em algumas pessoas com anorexia o metabolismo do colesterol é alterado, o que pode influenciar tanto seu humor quanto sua capacidade de sobreviver apesar das restrições calóricas severas”, afirma Schork.

domingo, 15 de setembro de 2013

Senado aprova veto a alimento não saudável em escolas

Proposta tramita em caráter terminativo e agora segue para análise da Câmara; texto pode determinar a proibição de refrigerantes e frituras

Gabriel Castro, de Brasília

Hamburguer

A Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou uma proposta que proíbe a venda de alimentos considerados não saudáveis em escolas do país. Como tramita em caráter terminativo, o texto segue direto para a Câmara dos Deputados - a não ser que algum parlamentar peça a apreciação pelo plenário do Senado. A votação foi unânime.
O projeto veta o comércio de “bebidas com baixo teor nutricional e alimentos com quantidades elevadas de açúcar, de gordura saturada, de gordura trans ou de sódio”. A proposta não especifica quais itens ficam proibidos e diz apenas que esse detalhamento será feito em regulamentação posterior. Mas o texto abre a possibilidade de que refrigerantes, salgadinhos, bolachas e frituras sejam vetados.
Os estabelecimentos que descumprirem as normas não terão o alvará de funcionamento renovado.
O texto é do senador Paulo Paim (PT-RS), que recebeu o sinal verde da Casa Civil e do Ministério da Educação. “Nada é mais justo do que, na escola, um ambiente em que se faz a formação das pessoas, estimular a alimentação saudável”, argumentou Ângela Portela (PT-RR), relatora da proposta. 
O senador Romero Jucá (PMDB-RR) ainda apresentou emendas que restringiam, em vez de proibir, a presença desses itens nas cantinas. Mas o peemedebista, que não estava presente, acabou derrotado pelo voto de todos os integrantes da comissão.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Desperdício de alimento é terceiro maior emissor de CO2 do mundo

Uso mais eficiente dos alimentos poderia ajudar no combate a aquecimento. Um terço de todos os alimentos para consumo humano é desperdiçado.

A comida desperdiçada no mundo responde por mais emissões de gases causadores de efeito estufa do que qualquer país, exceto China e Estados Unidos, disse a ONU em um relatório divulgado nesta quarta-feira (11).
Todos os anos, cerca de um terço de todos os alimentos para consumo humano, aproximadamente de 1,3 bilhão de toneladas, é desperdiçado, juntamente com toda a energia, água e produtos químicos necessários para produzi-la e descartá-la.
Quase 30% das terras agrícolas do mundo, e um volume de água equivalente à vazão anual do rio Volga, são usadas em vão.
No seu relatório intitulado "A Pegada do Desperdício Alimentar", a Organização das Nações Unidas para Agricultura e a Alimentação (FAO) estima que a emissão de carbono dos alimentos desperdiçados equivale a 3,3 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano.
Se fosse um país, seria o terceiro maior emissor do mundo, depois da China e dos Estados Unidos, sugerindo que um uso mais eficiente dos alimentos poderia contribuir substancialmente para os esforços globais para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e diminuir o aquecimento global.
No mundo industrializado, a maior parte do lixo vem de consumidores que compram muito e jogam fora o que não comem. Nos países em desenvolvimento, a causa principal é a agricultura ineficiente e falta de instalações de armazenamento adequadas.
"A redução de desperdício de alimentos não só evitaria a pressão sobre recursos naturais escassos, mas também diminuiria a necessidade de aumentar a produção de alimentos em 60 por cento, a fim de atender a demanda da população em 2050", diz a FAO.
A organização sugere que se melhore a comunicação entre produtores e consumidores para gerenciar a cadeia de suprimentos de forma mais eficiente, bem como investir mais na colheita, resfriamento e métodos de embalagem.
A FAO também disse que os consumidores no mundo desenvolvido devem ser encorajados a servir pequenas porções e fazer mais uso das sobras. As empresas devem dar comida excedente para instituições de caridade, e desenvolver alternativas para o despejo de resíduos orgânicos em aterros sanitários.
A FAO estima o custo do desperdício de alimentos, excluindo os peixes e frutos do mar, em cerca de 750 bilhões de dólares por ano, com base em preços de produção.
O desperdício de alimentos consome cerca de 250 quilômetros cúbicos de água e ocupa cerca de 1,4 bilhão de hectares- grande parte de hábitat natural transformado para tornar-se arável.