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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Comer mais carne vermelha pode levar ao diabetes tipo 2

Pesquisa mostrou que comer meia porção de carne a mais por dia pode, depois de quatro anos, elevar o risco da doença em quase 50%

Passar a comer mais carne vermelha pode aproximar o diabetes tipo 2 de uma pessoa, diz estudo (Thinkstock)
O consumo de carne vermelha já foi associado a uma série de problemas de saúde, especialmente ao maior risco de doenças cardiovasculares e de tipos de câncer, como o renal. Agora, um extenso estudo feito na Universidade Nacional de Singapura, com base nos dados de quase 150.000 pessoas, mostrou que aumentar o consumo do alimento pode causar o diabetes tipo 2. A pesquisa foi publicada nesta segunda-feira no periódico JAMA Internal Medicine.
Segundo os autores do trabalho, outros estudos já haviam apontado para a relação entre carne vermelha e diabetes tipo 2, mas eles foram feitos durante um curto período de tempo. Isso, acreditam os pesquisadores, acaba limitando os resultados, já que os hábitos alimentares das pessoas estão em constante mudança.
A nova pesquisa foi feita a partir dos dados de três estudos sobre hábitos alimentares feitos na Universidade Harvard, Estados Unidos, que avaliaram, ao todo, 149.143 homens e mulheres. Os autores concluíram que aumentar o consumo de carne vermelha ao longo de quatro anos já é suficiente para elevar o risco de diabetes tipo 2.
Especificamente, comparadas a pessoas que passaram quatro anos sem alterar o seu consumo de carne vermelha, aquelas que aumentaram a ingestão do alimento em meia porção a mais por dia apresentaram um risco 48% maior de ter diabetes tipo 2. Diminuir meia porção da quantidade total de carne vermelha consumida em um dia, por outro lado, reduz em 14% as chances da doença em um período de quatro anos.
Como o estudo foi observacional, porém, não foi possível que os autores descobrissem de que forma a carne vermelha age no organismo, elevando o risco do diabetes tipo 2. "Nossos resultados confirmam a solidez da associação entre carne vermelha e diabetes tipo 2 e adiciona evidências de que reduzir o consumo do alimento durante o tempo confere benefícios à prevenção da doença", escreveram os autores na conclusão do estudo.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Changes in Red Meat Consumption and Subsequent Risk of Type 2 Diabetes Mellitus: Three Cohorts of US Men and Women

Onde foi divulgada: periódico JAMA Internal Medicine

Quem fez: An Pan, Qi Sun, Adam M. Bernstein, JoAnn Manson, Walter C. Willett e Frank B. Hu

Instituição: Universidade Nacional de Singapura; Universidade Harvard e Clínica Cleveland, EUA;

Dados de amostragem: 149.143 homens e mulheres

Resultado: Pessoas que aumentam o consumo de carne vermelha em meia porção a mais por dia durante quatro anos apresentam um risco 48% maior de diabetes tipo 2 do que aquelas que mantém seu consumo padrão. Indivíduos que diminuem o consumo, por outro lado, têm reduzido esse risco.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Beber bastante água é bom para a pele: mito ou realidade?

É comum ouvirmos dizer que, para mantermos nossa pele fresca e saudável, é essencial beber bastante água.

É comum ouvirmos dizer que, para mantermos nossa pele fresca e saudável, é essencial beber bastante água.

As quantidades recomendadas variam. Nos Estados Unidos, por exemplo, a orientação é que se beba oito copos de água por dia.

Mas qualquer que seja o volume indicado, o princípio por trás do conselho continua o mesmo: beber água mantém sua pele hidratada. Em outras palavras, a água funcionaria como uma espécie de hidratante que age de dentro para fora.

Você talvez se surpreenda, mas a verdade é que existem pouquíssimas evidências para confirmar essa teoria.

Uma forma óbvia de verificarmos o efeito da ingestão de água sobre a pele seria, por exemplo, separarmos um grupo de voluntários em duas metades. Uma receberia instruções para beber água o dia inteiro, a outra seria orientada a beber quantidades normais.

Um mês depois, a condição da pele dos participantes poderia ser avaliada para estabelecermos se beber mais água resultou, ou não, em peles mais suaves e saudáveis.

Na prática, estudos como esse são raros, em parte porque, como a água não pode ser patenteada, é difícil encontrar-se alguém disposto a financiar esse tipo de pesquisa - ela não produziria nenhum remédio ou cosmético capaz de cobrir os custos do financiador.

Uma pesquisa feita pelo dermatologista Ronni Wolf, do Kaplan Medical Centre, em Israel, encontrou apenas um estudo sobre os efeitos, a longo prazo, da ingestão de água sobre a pele. Os resultados do trabalho, no entanto, foram contraditórios.

O estudo tentava avaliar os efeitos, sobre a pele, da ingestão de água mineral em comparação à água de torneira. Após quatro semanas, o grupo que bebeu quantidades adicionais de água mineral apresentou diminuição na densidade da pele. O grupo que bebeu água de torneira apresentou um aumento na densidade da pele.

Mas independentemente do tipo de água ingerido, o estudo não encontrou qualquer diferença na quantidade de rugas ou na suavidade da pele dos participantes.

Isso não quer dizer que a desidratação não exerça qualquer efeito sobre a pele. Podemos avaliar, em parte, as consequências da falta de água sobre a pele ao medirmos sua elasticidade. Para tanto, basta beliscarmos uma porção da pele e observarmos quanto tempo o tecido demora para voltar à posição inicial.

Se você estiver desidratado, haverá uma perda de elasticidade da sua pele e ela demorará mais tempo para recuperar a forma normal após um teste como esse.

Porém, se é verdade que beber menos água do que o necessário é ruim para a pele, isso não quer dizer que beber quantidades excessivas seja bom. Isso equivaleria a dizermos que, porque a falta de alimento leva à desnutrição, então comer demais deve ser bom. Ou, como disse Wolf, seria o equivalente a dizermos que, como um carrro precisa de gasolina, então quanto mais gasolina, melhor.

Conselho Misterioso

Outra crença comum é a de que se você beber quantidades adicionais de água, seu corpo irá armazená-la.

Isso, na verdade, depende de quão rápido você ingere o líquido. Se você beber vários copos de água em um período de 15 minutos, simplemente, vai urinar mais. Se beber a mesma quantidade em um período de duas horas, aí sim, reterá mais líquidos.

Um estudo sobre o tema concluiu que beber 500 ml de água aumenta a circulação do sangue pelos capilares da pele. Mas a pele dos participantes somente foi avaliada nos primeiros 30 minutos após a ingestão, e não se sabe se isso melhora ou não o tônus da pele.

Segundo um outro argumento, um terço da nossa pele é constituído de água, portanto, ingerir líquidos mantém o viço da pele. Isso pode ser verdade, mas a aparência jovem da pele depende muito mais de fatores como herança genética, exposição ao sol e danos causados pelo cigarro.

Nutriente

Então, de onde viria a recomendação de oito copos de água por dia para uma pele saudável?

A água é, sem dúvida, o nutriente mais importante do organismo. Sem ela, nós morreríamos em poucos dias. E manter o corpo hidratado traz outros benefícios para a saúde.

Um estudo feito em 2010 constatou que ingerir líquidos em abundância reduz a formação de pedras nos rins em pacientes que já sofreram do problema.

A regra dos oito copos por dia é muito debatida. Alguns questionam a quantidade necessária para limpar os rins de toxinas. Outros discutem se a água ajudaria ou não a diminuir o apetite. Isso depende de quão alta é a temperatura ambiente e quanta energia você está gastando.

Outro mito é o de que outros líquidos não contam. Não precisa ser água. Até os alimentos contêm mais líquidos do que você imagina. Por exemplo, entre 40 e 49% de uma pizza são constituídos de água.

A quantidade de água que retiramos dos alimentos depende muito de onde vivemos.

Nos Estados Unidos, por exemplo, a média é 22%. Mas na Grécia, onde a dieta é mais rica em frutas e verduras, essa média será bem maior.

Concluindo, não há evidências de que beber mais água seja bom para a pele.

E tampouco existe uma regra definitiva sobre a quantidade ideal de água que devemos beber, já que isso depende do clima e do tipo de atividade que você está fazendo.

Mas todos nós temos um ótimo guia interno, capaz de ajudar bastante: a sede.

fonte:http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/bbc/2013/06/19/beber-bastante-agua-e-bom-para-a-pele-mito-ou-realidade.htm

quinta-feira, 20 de junho de 2013

FAO e Embrapa discutem apoio à produção de quinoa no Brasi

Com mais de 7 mil anos de história e nomeada como um “super alimento” pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a quinoa foi tema de um workshop técnico organizado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O evento aconteceu nesta quinta-feira (13).
“No Ano Internacional da Quinoa, a ideia da FAO é não somente compartilhar informação, mas também unir forças em prol da quinoa como ferramenta de combate à fome”, disse Alan Bojanic, representante da agência das Nações Unidas no Brasil.
O encontro na sede da Embrapa Cerrados, unidade de pesquisa ecorregional que já há alguns anos trabalha na pesquisa para a adaptação da quinoa ao Brasil, contou com a participação de pesquisadores – como Carlos Spehar, da Universidade de Brasília, pioneiro no estudo e desenvolvimento da produção da quinoa no Brasil – bem como também de produtores – como Sebastião Conrado, que trabalha em parceria com a Embrapa na produção de sementes.
encontro com diversos atores da cadeia de produtiva elencou os desafios e oportunidades da quinoa no Brasil.
A falta de informação sobre demanda e produção de quinoa no Brasil foi um dos problemas detectados, assim como uma série de questões técnicas relacionadas à adaptação do grão às características brasileiras.
“Este é um primeiro passo em uma longa caminhada. A FAO está comprometida em continuar trabalhando com a Embrapa na promoção da quinoa no Brasil. Com certeza, o nosso trabalho não acaba no dia 31 de dezembro, quando termina o Ano Internacional da Quinoa, que é só um marco inicial”, afirmou Bojanic no encerramento do encontro.

domingo, 16 de junho de 2013

Estudo busca prolongar vida útil da pimenta dedo-de-moça

Irradiação é eficaz na conservação da polpa da pimenta e testes determinarão se ocorrem perdas sensoriais


Pimentas

Piracicaba - Uma das pimentas mais apreciadas pelos brasileiros, de picância e aroma suaves, é foco de pesquisa que está sendo realizada na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) e no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA) da USP, em Piracicaba. Aplicação de radiação, com doses de 7,5 a 10 kGy (unidade de radiação), e armazenamento à temperatura de 25 graus Celsius (ºC) foram eficientes para conservar a polpa pura da pimenta ‘Dedo-de-Moça’.
O estudo, que tem como objetivo prolongar a vida útil da pimenta in natura e em polpa pelo uso da irradiação, trabalha com a hipótese de que com aplicação da radiação gama pode-se aumentar a vida útil, com alterações mínimas na qualidade sensorial e nutricional do alimento.
A qualidade e os fatores que afetam a conservação da Capsicum baccatum var. Pendulum, conhecida popularmente como ‘Dedo-de-Moça’, ainda são pouco conhecidos, embora seu valor nutricional, econômico e social no Brasil e no mundo seja de grande importância.
“As pimentas do gênero Capsicum estão entre as especiarias mais consumidas e mais valorizadas na culinária mundial como temperos. Pesquisas tem indicado a irradiação como uma técnica economicamente viável, bem como fisicamente segura para a conservação de alimentos”, explica a doutoranda Regina Célia Rodrigues de Miranda Milagres.
Conservantes
Dois fatores influenciaram a pesquisa. O primeiro, é que as pimentas são comercializadas, geralmente, na forma de conservas, molhos ou desidratadas. Esses produtos são, normalmente, adicionados de sal ou outros conservantes químicos que, se consumidos em grandes quantidades, podem ser nocivos à saúde. Dessa forma, a utilização de polpa de pimenta pura será uma alternativa para o consumidor que busca por produtos mais saudáveis.
O segundo se deu por conta de que as conservas e os molhos de pimenta, geralmente, passam por processamento térmico, o que pode contribuir para a redução do valor nutricional e sensorial. Assim, espera-se que o uso da técnica de irradiação prolongue a vida útil da polpa de pimenta sem causar grandes perdas nutricionais.
Irradiação
Foram realizados testes para determinar a dose ideal de irradiação a ser empregada na pimenta in natura e em polpa. Os frutos recém-colhidos foram selecionados, embalados, irradiados com as doses de 0,00; 0,25; 0,50; 0,75; 1,00; 1,25 e 1,50 kGy, armazenados a 5ºC e 25ºC por 15 dias e avaliados quanto às características físico-químicas (teor de sólidos solúveis, pH, acidez total, titulável, ratio, cor, perda de peso e umidade) e visuais (incidência de doenças, turgidez e cor).
A radiação gama, nas doses estudadas, não foi promissora para conservação da pimenta Dedo-de-Moça in natura. “O fator que mais contribuiu para manter a qualidade das pimentas durante a estocagem foi a refrigeração”, justifica a pesquisadora.
Diante desses resultados, outro foco da pesquisa foi testar a técnica de irradiação na polpa da pimenta, onde foram realizados testes com doses entre 1 e 20 kGy e armazenamento a temperatura de 25ºC. “Os resultados indicaram que as doses de 7,5 a 10 kGy apresentam uma boa resposta quanto a conservação de polpa de pimenta”, complementa.
Um próximo passo da pesquisa será a realização das análises físico-químicas, nutricionais, microbiológicas e sensoriais nas amostras que obtiveram os melhores resultados durante esta primeira fase.
As análises laboratoriais do projeto, orientado pela professora Solange Guidolin Canniatti Brazaca, do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição (LAN), estão sendo realizadas em laboratórios da Esalq e a irradiação no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). Regina Célia realiza a pesquisa pelo programa de pós-graduação (PPG) em Ciências, área de concentração Energia Nuclear na Agricultura e no Ambiente do CENA.


quinta-feira, 13 de junho de 2013

Brasil é o 6º em problemas com alimentos na UE

Jamil Chade, correspondente / Genebra - O Estado de S.Paulo
A Europa registrou em 2012 mais de cem casos de carregamentos de alimentos e produtos agrícolas brasileiros infectados, com fraudes ou doenças detectadas. Os dados fazem parte do levantamento anual da segurança de alimentos no mercado europeu, o maior do mundo.
Segundo o informe, mais de 8,7 mil notificações de problemas com alimentos foram identificados na Europa durante o ano. Os dados incluem casos de doenças ou problemas também registrados localmente entre os fornecedores.
Entre os exportadores de produtos alimentícios para a Europa, o Brasil aparece na sexta colocação entre os países com maior número de incidentes nos lotes vendidos. Foram 109 casos, ante 94 em 2011. A liderança disparada é da China, com 540 casos, seguido por 338 casos de exportações da Índia e 310 casos da Turquia.
Exportações americanas para a Europa também tiveram maior número de casos que do Brasil. Dentro da Europa, Alemanha e Espanha tiveram número maior de incidentes que as exportações brasileiras, ainda que as autoridades da UE considerem isso normal, já que não podem controlar toda a produção agrícola brasileira.
O que surpreende as autoridades europeias é que importantes exportadores de alimentos ao mercado da UE, como Canadá e Argentina, apresentaram número bem menor de casos. Juntos, os dois países não chegaram a mais de 80 casos.
Problemas. Entre os problemas com alimentos do Brasil está a rejeição da entrada de 34 carregamentos de frango por causa de substâncias proibidas na carne. O bloco também inclui infecção de duas pessoas na Irlanda após terem consumido melancias em fevereiro. A causa teria sido Salmonella.
A UE aumentou a vigilância sobre nozes brasileiras, diante do ocorrência de notificações em relação a problemas de saúde com o produto.
Casos de irregularidades ainda foram registrados com a ração. Sementes de algodão teriam níveis elevados de substâncias proibidas na Europa.
Do total de 8,7 mil casos, a UE constatou que 526 eram notificações de emergência e representavam riscos à saúde dos consumidores.
Uma delas resultou na morte de 36 pessoas na República Checa. Um caso que também ganhou notoriedade foi a identificação de carne de cavalo em produtos que eram vendidos como carne bovina.

domingo, 9 de junho de 2013

Anvisa propõe regras para recall de alimentos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) colocará em consulta pública novas regras para a comunicação do recall de alimentos. A proposta de mudança deve ficar 60 dias sob consulta. Prevê que o recall deverá ser comunicado à Anvisa por meio eletrônico em até 24h, a partir do momento em que as indústrias souberem da necessidade de recolhimento de algum produto. A consulta pública foi aprovada pela diretoria da agência, nesta quinta-feira (23/5).
O diretor de Controle e Monitoramento da Anvisa, Agenor Álvares, ressalta que a norma supre uma lacuna, verificada nos últimos anos, quando aconteceram recolhimentos voluntários de alimentos sem que houvesse comunicação apropriada dos fatos à Agência. Após o retorno da proposta à agência ele sofrerá as alterações necessárias e entrará em vigor imediatamente, segundo Álvares.
De acordo com a norma proposta, a empresa responsável pelo alimento que for alvo de recall (fabricante ou importadora) deve elaborar e implementar um plano de recolhimento dos produtos, na forma de procedimentos operacionais padronizados. Esse plano deve contemplar: procedimentos para recolhimento do produto, forma de segregação dos produtos e destinação final, definição dos responsáveis pela execução das atividades previstas e os procedimentos de comunicação do recolhimento dos alimentos à cadeia de produção, às autoridades sanitárias e aos consumidores.
O regulamento da Anvisa indica, ainda, que as empresas responsáveis serão obrigadas a veicular na mídia alertas ao consumidor sobre o recolhimento dos alimentos. Esse alerta deve ser dimensionado de forma a atingir o universo de consumidores do produto. 

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Ceres mostra benefícios do sorgo sacarino, uma nova matriz energética para a cadeia produtiva do etanol

Empresa norte-americana da área de biotecnologia, especializada na produção de sementes para culturas energéticas, introduz no Brasil uma solução que permite às usinas estender sua produção de etanol ao período da entressafra da cana-de-açúcar

Novo gerente geral da Ceres para o Brasil, o executivo André Luiz Junqueira Franco será oficialmente apresentado no evento

A experiência da norte-americana Ceres Inc. no desenvolvimento de plantas energéticas empregadas na fabricação de biocombustíveis e outros produtos será tema de um seminário que acontece nesta terça-feira (4/6), em Campinas. A subsidiária do grupo no Brasil, a Ceres Sementes, apresenta resultados parciais colhidos com uma tecnologia inovadora que permite às usinas produzir etanol a partir de híbridos de sorgo sacarino, e com isso estender a fabricação do biocombustível ao período da entressafra da cana-de-açúcar.

Segundo a Ceres Brasil, 24 usinas da região Centro-Sul do País, incluindo os maiores grupos do setor, realizam desde 2010 estudos relacionados ao etanol de sorgo sacarino. De acordo com o gerente de marketing, Antonio Kaupert, essas empresas estão hoje prolongando a fabricação do etanol combustível por períodos de até 60 dias no ano-safra.

“Temos desafios a superar em relação ao manejo agronômico, que é recente. Porém, a viabilidade econômica para estabelecimento de uma cadeia produtiva ancorada no sorgo sacarino, com operação efetiva na entressafra da cana-de-açúcar, está mais que comprovada”, afirma Kaupert. “Os estudos que elaboramos com as usinas revelam que o sorgo sacarino embute potencial para aumentar a rentabilidade dessas empresas pela maior oferta de biocombustível”, complementa.

Kaupert explica que a planta sorgo sacarino apresenta ciclo produtivo de aproximadamente 120 dias, com limite de 150 dias, realizado no período de novembro a março - exatamente, portanto, na entressafra da cana-de-açúcar. 

Introduzido no Brasil pela Embrapa nos anos de 1970, oriundo da África, o sorgo sacarino é cultivado pelo manejo de sementes híbridas e exibe diversas semelhanças com a cana, sobretudo o alto potencial energético resultante do acúmulo de açúcar.

Ainda mais surpreendente, acrescenta Kaupert, é o fato de o processamento de etanol de sorgo sacarino não demandar alteração no maquinário de colheita e industrialização, que em geral é o mesmo usado no processamento da cana-de-açúcar. 

“Para produzir etanol de sorgo sacarino as usinas não precisam investir em equipamentos novos. A capacidade está instalada. A conhecida operação logística que envolve a cana da colheita até o processamento industrial é exatamente a mesma para o sorgo sacarino”, complementa Kaupert.

As semelhanças, contudo, param por aí. Ele enfatiza que o sorgo sacarino não substitui à cana-de-açúcar. “Trata-se de matriz energética complementar, que funciona como instrumento de suporte para aumento da escala de produção e de fornecimento de etanol ao mercado”, observa Kaupert.

O seminário começa às 8h00, com ênfase nas características econômicas e agronômicas do sorgo sacarino e terá também a apresentação do novo gerente geral, André Luiz Junqueira Franco (ex-Monsanto). Ao longo do dia grandes grupos sucroenergéticos e outras empresas de peso do agronegócio relatam seus casos de sucesso e expectativas quanto ao futuro do sorgo sacarino no Brasil.

Indicadores parciais da cultura

A Ceres Brasil informa que os resultados da safra de sorgo sacarino 2012/13 estão sendo apurados. A expectativa é que os indicadores tragam ganhos no comparativo com o ano passado, quando ocorreu a primeira safra comercial dos híbridos da empresa, da marca BLADE®. 

O pipeline da Ceres, assinala o executivo, possui híbridos com potencial para ultrapassar a produtividade de 100 t/ha num futuro bastante próximo. “Esse dado é altamente relevante, atestando o grande potencial econômico da cultura do sorgo sacarino.”

Uma projeção da consultoria Datagro, divulgada pela Agência CMA, aponta que o sorgo sacarino pode adicionar aos números da indústria sucroenergética um volume entre 3,5 mil e 5 mil litros de etanol, por hectare, ao ano, o que equivale também a elevar a produção em aproximadamente 5 bilhões de litros ao ano.

Parcerias e híbridos na safra 13/14

Parte do esforço da Ceres para consolidar o sorgo sacarino no Brasil está ancorado em acordos firmados com a Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – e a suíça Syngenta, companhia líder mundial do setor de proteção de cultivos e biotecnologia.

Com a Embrapa, a Ceres desenvolverá práticas de manejo agrícola e industrial da nova variedade de sorgo sacarino BRS 511. De acordo com a Ceres, trata-se de uma semente precoce com alto potencial produtivo de colmos e teores elevados de açúcares fermentáveis no caldo. A empresa obteve licenciamento exclusivo para produzir e comercializar as sementes da variedade BRS 511, que passará a integrar o portifólio BLADE®, formado por híbridos de ciclo precoce e pleno. 

Já a Syngenta será parceira numa estratégia que visa a desenvolver o sorgo sacarino como fonte de açúcares fermentáveis nas usinas de etanol no Brasil.

A Ceres também está lançando oito novos híbridos de sorgo sacarino com vistas ao manejo da cultura na safra 2013/14. O novo portfólio abrange seis híbridos de ciclo pleno da marca BLADE® – CB 7640, CB 7621, CB 7521, CB 7300, CB 7290 e CB 7201 – e dois de ciclo precoce – EJ 7282 e EJ 7281. Estes, diz o executivo, têm recomendação de cultivo no início da safra de sorgo sacarino, entre os meses de novembro e dezembro.

Após instalar-se e consolidar sua estrutura operacional no País em Janeiro de 2010, a Ceres considera ter avançado rapidamente e aposta no crescimento do número de ‘sorgoviais’ instalados nas usinas. “As principais empresas do Brasil estão aderindo à nossa tecnologia e a veem hoje como a melhor e mais viável alternativa de curto prazo no suporte à produção do etanol, bem como à cogeração de energia”, conclui Antonio Kaupert.
Fonte: http://www.portaldoagronegocio.com.br/conteudo.php?tit=ceres_mostra_beneficios_do_sorgo_sacarino,_uma_nova_matriz_energetica_para_a_cadeia_produtiva_do_etanol&id=94204

domingo, 2 de junho de 2013

Estudo encontra vínculo entre substância do café e aumento de peso

    Um estudo feito na Austrália surpreendeu cientistas ao indicar que o consumo de uma substância encontrada no café pode estar ligado ao aumento de peso.

 

    Segundo a pesquisa do Instituto de Pesquisa Médica do Oeste da Austrália e da Universidade do Oeste da Austrália, o consumo diário de ácido clorogênico em quantidades equivalentes às encontradas em mais de seis xícaras de café por dia pode levar a um aumento no acúmulo de gordura nas células.
    O ácido clorogênico vinha sendo associado à redução do risco de diabetes, de hipertensão arterial e acúmulo de gordura corporal, daí a surpresa dos cientistas.
    A pesquisa, divulgada na publicação científica Journal of Agricultural and Food Chemistry, procurou analisar como o aumento do consumo de certos compostos encontrados no café poderia melhorar a função cardiovascular.
    Nela, os estudiosos submeteram camundongos obesos a uma dieta rica em gordura durante 12 semanas.
    Eles tinham sua dieta diária enriquecida com ácido clorogênico em uma quantidade equivalente à encontrada em seis xícaras de café. A expectativa era de que eles teriam menos resistência à insulina e perderiam peso.
    No entanto, os resultados sugerem o oposto - que o consumo do ácido não só cria condições para um ganho de peso, como também uma maior intolerância à glicose e um aumento da resistência à insulina.

Fígado

    "(Os camundongos usados na pesquisa) ganharam pelo menos o mesmo peso que camundongos alimentados com comida normal", disse o bioquímico Kevin Croft, da Universidade do Oeste da Austrália, ao jornal The Sydney Morning Herald.
    "Isso (o ácido clorogênico) também não teve efeito benéfico sobre seus níveis de açúcar e também, um pouco mais preocupante, os camundongos que receberam essa substância do café apresentaram uma tendência a acumular gordura em seus fígados."
    Os estudiosos estão agora conduzindo testes em 25 pessoas para verificar neles o efeito do ácido clorogênico sobre a saúde vascular e a pressão arterial.
    Além de no café, o ácido clorogênico também é encontrado em chás e algumas frutas, como ameixas e frutas vermelhas.
    Em declarações no jornal britânico The Daily Telegraph, Vance Matthews, professor do Instituto de Pesquisa Médica do Oeste da Austrália, destacou que o consumo de café com moderação ainda é considerado seguro.
   "Aparentemente, os efeitos na saúde dependem da dose", explicou. "O consumo moderado de café, até três ou quatro xícaras por dia, aparentemente diminui a chance de se desenvolver males como doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2."