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sábado, 31 de agosto de 2013

Pesquisadores britânicos acreditam que o brócolis pode reduzir o avanço da artrose

  • O brócolis encontrado nos supermercados tem o composto glucoraphanin, mas em menor quantidade
    O brócolis encontrado nos supermercados tem o composto glucoraphanin, mas em menor quantidade
Pesquisadores britânicos acreditam que comer uma grande quantidade de brócolis pode diminuir, e até mesmo prevenir, a artrose.

Depois do sucesso de estudos feitos em laboratórios, uma equipe da Universidade de East Anglia, no leste da Inglaterra, está iniciando os testes em humanos.

Testes feitos em células e em ratos mostraram que um composto encontrado no brócolis - que os seres humanos também podem obter a partir da couve de bruxelas e do repolho - bloquearam uma enzima fundamental destrutiva, que causa danos à cartilagem.

Os pesquisadores estão pedindo a 20 pacientes para comer uma dose diária de um brócolis "super-carregado" de nutrientes, conhecido como Beneforte - criado a partir do cruzamento entre o brócolis padrão e um parente selvagem da Sicília.

Super-dose

O corpo humano pega esse composto encontrado no vegetal, o glucoraphanin, e o transforma em outro, chamado sulforafano, que parece proteger as articulações.

Os voluntários farão a dieta por duas semanas antes de se submeterem a cirurgia para ter seus joelhos artríticos reparados.

Rose Davidson e sua equipe vão examinar o tecido que for removido para ver o impacto, se houver, que o brócolis teve.

Ela disse: "Nós estamos pedindo aos pacientes para comer uma dose diária de 100g do brócolis durante duas semanas. Essa é uma dose normal, de bom tamanho - cerca de um punhado - e é uma quantidade que a maioria das pessoas ficaria feliz em comer todos os dias."

Embora seja altamente improvável que essa quantidade seja o suficiente para causar qualquer grande mudança em duas semanas, Davidson espera que seja o suficiente para oferecer alguma evidência de como o "super" brócolis pode beneficiar os seres humanos.

"Eu não acredito que vá reparar ou reverter a artrose ... mas pode ser uma maneira de previni-la", disse ela.

Sua equipe quer verificar se o sulforafano chegou até a articulação, e se está causando mudanças benéficas nas células.

Dieta especial

Outros 20 pacientes, que também serão submetidos à cirurgia de joelho, e que não estão fazendo a dieta, serão utilizados como um grupo de comparação.

Alan Silman, da Arthritis Research UK, que está financiando o trabalho de Davidson, disse: "Até agora, pesquisas não conseguiram demonstrar que alimentos ou dietas podem desempenhar qualquer papel em reduzir a progressão da artrose, por isso, se estes resultados puderem ser replicados em humanos , seria um enorme avanço."

"Nós sabemos que praticar exercício, e manter um peso saudável, podem melhorar os sintomas e reduzir as chances da doença progredir, mas a pesquisa adiciona uma nova informação, que diz como uma dieta especial pode desempenhar um papel."

Os resultados dos testes feitos em animais encontrados por Davidson estão na publicação científica Arthritis & Rheumatism.

Mais de 8,5 milhões de pessoas na Grã-Betanha têm artrose, uma doença degenerativa que afeta em particular as mãos, os pés, a coluna, os quadris e os joelhos.

sábado, 24 de agosto de 2013

Rota Solidária combate desperdício de alimentos


Marina Lopes Mustafá Francisco*

Todos os dias, o lixo é o destino de toneladas de alimentos. Isso equivale a perdas de US$ 1 trilhão, valor suficiente para alimentar as 870 milhões de pessoas que passam fome no mundo, pelas estatísticas do Programa da ONU para o Meio Ambiente. Só no Brasil, o montante desperdiçado diariamente chega a 39 mil toneladas, segundo o Instituto Akatu de Consumo Consciente. Cenário que o projeto Rota Solidária, da Associação Prato Cheio (APC), procura ajudar a mudar, levando comida até a mesa de 48 instituições de São Paulo.
A ideia surgiu em maio de 2001, durante a visita de um grupo de universitários ao Mercado Municipal de São Paulo. Instigados com o destino das sobras de alimentos, os amigos decidiram coletar doações. De acordo com a nutricionista e presidente da APC, Dafna Kann, aos poucos eles já recolhiam quase 1 tonelada de alimentos em apenas um sábado. “A partir desse problema, a gente começou a pensar como poderia combater a fome e diminuir a quantidade jogada no lixo”. 
Tendo como base um trajeto sustentável, o Rota Solidária identifica os pontos de desperdícios ao longo da cadeia alimentar, que parte do contato com comerciantes, incluindo a embalagem, transporte e a entrega. Ao todo, são 20 doadores fixos de frutas, verduras e legumes – 48 instituições beneficiadas e 7 rotas de distribuição. Em um dia de trabalho são visitados, em média, dois comerciantes e seis instituições. 
Para reduzir os impactos ambientais do transporte, eles procuram fornecedores próximos das instituições. O trajeto é auxiliado pela Elog Logística. Para a gerente geral da APC, Patrícia Barbieri, essa parceria foi importante tanto para reduzir os gastos com transporte, como para promover práticas sustentáveis de conscientização socioambiental entre os funcionários da empresa. 
O dia das doações é aguardado pela cuidadora de idosos Ester Félix. Fundadora do Lar Ester, ela acredita que esses alimentos melhoraram muito a qualidade das refeições na casa de repouso. “Quando é quarta-feira, a gente já fica contando as horas para eles chegarem”, conta. Ester diz aproveitar ao máximo os alimentos, fazendo com que durem até a semana seguinte. E conta que redobra a atenção na hora de descascar frutas e legumes.
A prática de evitar o desperdício, realizada pela cuidadora de idosos, também é uma das ações promovidas pela Prato Cheio. “Nós fazemos oficinas de culinária para ensinar receitas que utilizam o alimento de forma integral”, explica Patrícia. Segundo ela, cada instituição atendida pela Rota Solidária precisa indicar mensalmente dois funcionários para participar das atividades, que são adaptadas para cada situação. “Se em um mês a gente receber uma grande quantidade de jiló, por exemplo, ensinamos nas oficinas várias receitas com esse ingrediente”. 
Para a presidente da Prato Cheio, todas essas práticas são importantes para reduzir a insegurança alimentar e promover um uso sustentável dos recursos na plantação, na venda e na compra. “A gente ajuda a diminuir o que seria um futuro lixo, consumindo de forma mais racional o que é plantado.”
*Finalista do Prêmio Tetra Pak de Jornalismo Ambiental

domingo, 18 de agosto de 2013

Alimento certo evita doenças

A vida corrida das cidades em desenvolvimento tende a afetar o humor das pessoas. Trânsito congestionado, transportes públicos superlotados e as excessivas horas de trabalho são alguns dos ingredientes que contribuem para o aumento do estresse, responsável por diversos desequilíbrios no organismo, dentro deles a queda da imunidade, que facilita o surgimento de várias doenças. Investir em boas dietas e evitar certos alimentos pode ser determinante para evitar os possíveis problemas à saúde.
Vilão para os que vivem em dieta, o chocolate pode ser grande amigo para aqueles que andam com humor comprometido. De acordo com a nutricionista Danielle Oliveira, o doce possui substâncias responsáveis pela transmissão de boas sensações a quem come. “A presença do cacau no nosso organismo estimula a produção da serotonina, que é um hormônio que traz a sensação de felicidade e tranquilidade, com isso reduz em níveis consideráveis o estresse”.
A especialista afirmou que os benefícios são vários, mas o consumo deve ser regrado. “O melhor tipo seria o chocolate amargo, por conter menos açúcar e gorduras. O consumo pode ser diário, sendo em pequena quantidade, um pequeno tablete, de 40g por exemplo, ajudaria a reduzir o estresse e também não traria muitos prejuízos à balança. É importante que o chocolate contenha 70% de cacau, pois são os mais saudáveis”, explicou Danielle Oliveira.
Uma recente pesquisa publicada na revista “Journal of Proteome Research” comprova os benefícios do chocolate. No estudo, foram ofertados a pacientes com traços de ansiedade 40g de chocolate (escuro, com maior teor de cacau) diariamente. Ao final da pesquisa foi constatado a redução dos níveis de hormônios e outros elementos bioquímicos responsáveis pelo estresse, como cortisol.
Outros alimentos agem no sentido contrário, aumentando o estresse de quem ingere, explicou a nutricionista Danielle Oliveira. “Alimentos que podem provocar estresse são aqueles ricos em açúcar, refrigerante, álcool, sorvetes e alimentos gordurosos em geral. Eles afetam o humor, deixando o indivíduo mais irritado, agitado, pois são alimentos estimulantes, além de trazerem malefícios à saúde em geral ”, disse.


ESTRESSE PODE PROVOCAR DOENÇAS
Estudos mostram que se expor por longos períodos a situações de tensão, adversidades, conflitos e transtornos afetivos pode resultar em um desequilíbrio do organismo, como a baixa imunidade, facilitando o aparecimento de várias doenças que vão desde uma simples virose até doenças mais graves.
A nutricionista Suzele Lima, do Hapvida Saúde, disse que estresse e baixa da imunidade podem caminhar lado a lado, por isso é necessário reforçar a ingestão de alimentos sadios. “O ideal é incluir diariamente nas refeições alimentos ricos em carotenoides, que ativam o sistema imunológico, encontrados em frutas e vegetais de cor laranja, amarelo e vermelho, bem como alimentos fonte de ômega 3 e 6, que possuem função reguladora de células imunológicas e podem ser encontrados em peixes, castanhas, nozes. E também os alimentos probióticos (bactérias benéficas que reforçam o sistema imunológico) que são encontrados em leite fermentado e iogurtes”, disse a especialista.
Outra dica da nutricionista é o consumo regular de vitaminas E encontradas com facilidade em óleos vegetais, como o de milho, o de soja e ainda no azeite de oliva e vitamina C, encontrada na laranja, acerola, limão, abacaxi, mexerica e outras frutas ácidas. A especialista ressalta que antes de consumidos é fundamental higienizar bem os alimentos e dar preferência àqueles que podem ser ingeridos in natura, pois conservam melhor os nutrientes.


ANSIEDADE CONTROLADA COM ALIMENTOS CERTOS
A ansiedade também é um fator emocional possível de ser controlado a partir da ingestão dos alimentos corretos, segundo informou a nutricionista Suzele Lima. Por possuir betacaroteno, que se transforma em vitamina A, a pimenta auxilia o organismo na luta contra todo tipo de infecções. Além disso, ela possui a capsaicina (substância que provoca ardor), que age liberando endorfinas, neurotransmissor responsável pela comunicação do sistema nervoso. Ela também auxilia na dissolução de coágulos sanguíneos, ajudando no controle do colesterol e prevenindo arteriosclerose.
Os vegetais e frutas também são fortes aliados no equilíbrio da mente. “Existem estudos relacionando ansiedade e alimentos, como aqueles alimentos ricos em vitamina C. Pimentão, brócolis, melancia e frutas cítricas, por exemplo, podem ajudar na redução dos níveis de cortisol”, explica a nutricionista Suzele Lima”.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Ressonância magnética pode dizer se alimentos foram adulterados
Heloisa Cristaldo
Da Agência Brasil

A tecnologia de ressonância magnética, que permite o diagnóstico de diversos tipos de traumas e doenças, também já possibilita identificar a quantidade de açúcar em uma fruta ou se um alimento, como o leite, foi adulterado.
Agência Brasil
A partir da inovação, o consumidor poderá saber se uma fruta está doce ou azeda sem precisar experimentar o produto antes de levar para casa.
O equipamento foi desenvolvido por pesquisadores da Embrapa Instrumentação, em São Carlos (SP), e permite analisar de forma rápida e sem destruir ou estragar os alimentos e até mesmo identificar se sucos de frutas, leite e azeite estão adulterados.
Segundo o criador do aparelho, o bioquímico Luiz Alberto Colnago, a ressonância magnética nuclear pode ser usada em supermercados para garantir a qualidade do produto ao consumidor, da mesma forma que atualmente se utilizam balanças para verificar o peso.

Aparelho permite saber teor de gordura de maionese

"Se a gente for em um supermercado, frutas, nozes, queijos, qualquer material desses pode ser analisado. E também aqueles [alimentos] embalados em plástico ou vidro. Por exemplo, na maionese, é possível saber o teor de gordura. Em molhos de saladas também, que muitas vezes têm até 50% de gordura", explicou Colnago.
O aparelho analisa a composição química de um alimento. Além de medir a quantidade de açúcar em uma fruta, também pode ser ajustado para avaliar o teor de álcool no vinho ou o de gordura em sementes de amendoim ou carnes e embutidos.
"A ideia nossa é que ele seja um aparelho de uso bem geral, que se possa analisar todos os alimentos que estão à disposição do consumidor: carnes, frutas e verduras. Na carne, consigo saber o teor de gordura,  algo com que os consumidores estão sempre preocupados", diz o pesquisador.

Ondas de rádio não penetram em embalagens tetra pak

A limitação da tecnologia são os pacotes metálicos, latas e embalagens tetra pak, que impedem a leitura do conteúdo do alimento. A análise dos alimentos é feita de forma contínua, em um equipamento semelhante a uma esteira, o que possibilita certificar a qualidade de uma grande quantidade de produtos ao mesmo tempo.
"No leite, em embalagem tetra pak, não conseguimos que a onda de rádio penetre nessa embalagem. Mas no caso de vidro ou mesmo saquinhos plásticos, posso dizer dentro dessa embalagem o estado de fermentação do leite – se foi recém colhido, se tem um sistema de higienização não muito bom. Temos até como prever quando o leite vai estragar".

Tecnologia pode estar disponível ao consumidor em até dois anos

Uma empresa argentina, parceira da Embrapa, patenteou parte da invenção do equipamento. De acordo com o pesquisador, em até dois anos a tecnologia pode estar disponível diretamente ao consumidor e, assim, evitar que produtos falsificados ou sem qualidade sejam comercializados.
"O nosso objetivo é chegar em um centro de distribuição de frutas, onde o atacadista vai poder selecionar a sua fruta pelo teor de açúcar. Quanto mais ácido ou mais doce está a fruta que ele está vendendo", destacou Colnago.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Substância encontrada nas frutas cítricas pode contribuir para tratamento de doenças cardíacas

Descoberta permitiria o desenvolvimento de medicamentos mais baratos, fáceis de produzir e menos tóxicos.

Moléculas presentes no pomelo, também conhecida como grapefruit ou toranja, podem contribuir para o desenvolvimento de um futuro tratamento contra doenças cardiovasculares. Foi o que apontou um estudo realizado na Universidade de Glasgow, no Reino Unido, e publicado na revista científica Biochemical Journal.
Os pesquisadores concluiram que os flavonoides, moléculas encontradas naturalmente em frutas cítricas e especialmente no pomelo, são eficazes na diminuição de uma inflamação responsável por doenças cardíacas fatais. Os cientistas provaram que os tais flavonóides originados de cítricos isolados teriam um efeito protetor natural contra essa inflamação.
Segundo os autores do estudo, esta descoberta permitiria o desenvolvimento de uma nova geração de medicamentos anti-inflamatórios mais baratos, mais fáceis de produzir e menos tóxicos que os dos tratamentos atuais.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que cerca de 23,3 milhões de pessoas morrerão de uma doença cardiovascular até 2030.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Parece, mas não é: alguns alimentos considerados saudáveis podem enganar

    Não tem jeito: é preciso ler o rótulo dos produtos com atenção para não cair em certas armadilhas

    Alimentos light são mais saudáveis que os normais? Alimentos livres de gordura não engordam? Margarina é melhor do que manteiga? À primeira vista pode parecer que a resposta a essas perguntas seja fácil, mas não é bem assim. Existem muitos produtos consumidos e vendidos como mais saudáveis e menos calóricos, porém uma lida mais atenta ao rótulo pode mostrar uma realidade diferente.

    Os exemplos citados acima ilustram bem o caso. Alimentos light e diet contêm menos açúcar e gordura, mas geralmente possuem mais sódio para manter o sabor. Além disso, alguns produtos podem conter o mesmo valor calórico que o original. Produtos com a expressão "zero gordura" não são livres de calorias, e é sempre bom checar as informações nutricionais para se certificar de que ele seja rico em nutrientes.

    A margarina é um produto altamente processado que contém gorduras hidrogenadas, não sendo mais saudável do que a manteiga. "Ambas são calóricas e ricas em gorduras. O melhor mesmo é consumir alimentos mais saudáveis como requeijão light, queijo tipo cottage e ricota, que também são fontes de proteínas e cálcio", sugere a nutricionista Vanessa Marquezin, da Rede Nutrício de Alimento.

    Os exemplos não param por aí. Trocar refrigerante por suco parece um hábito saudável, mas isso depende do tipo de suco. Aqueles de caixinha têm tanto açúcar quanto um refrigerante, e ainda apresentam muitos conservantes. "Por isso é muito importante prestar atenção no rótulo e verificar a quantidade de açúcar, mel, xarope de milho, sódio e conservantes", alerta Mariana Exel, nutricionista do Hospital Samaritano de São Paulo (SP).

    Barrinhas de cereais, granola e cereais matinais, considerados snacks saudáveis, também podem esconder algumas "pegadinhas". Algumas marcas apresentam adição de açúcar, mel, xarope de milho e até sódio, e podem conter valores calóricos bem altos. Mas então como fazer para se livrar das armadilhas? Não tem jeito, é preciso ler o rótulo.

Lista de ingredientes

    A lista de ingredientes também merece atenção. Poucas pessoas sabem que eles aparecem na ordem decrescente de quantidade (ou seja, com maior quantidade vem em primeiro lugar), de acordo com legislação da Anvisa. Isso pode parecer um simples detalhe, mas faz muita diferença. Produtos que têm sódio e açúcar no início da lista possuem grandes quantidades dos mesmos e, portanto, devem ser evitados.

    "No caso dos sucos, por exemplo, a descrição dos ingredientes deve estar escrita da seguinte forma: 'polpa de fruta, água, açúcar...'. Se estiver escrito: 'açúcar, água e polpa de fruta', significa que o produto é rico em açúcar e água e tem pouco nutriente", ensina a nutricionista Karen Jacob.

    Também é preciso atenção a alguns ingredientes que podem passar despercebidos. Nem sempre nos damos conta de que alimentos doces contêm sódio, ou que alimentos salgados contêm açúcar, mas isso acontece com frequência.

    Isso porque tanto o sal como o açúcar ajudam a acentuar o sabor do alimento. Além disso, o açúcar pode deixar a massa mais macia, e o sal ajuda na preservação. Por isso é bom sempre ler o rótulo - especialmente diabéticos e hipertensos - para não cair em uma cilada.

    No livro "Food's Rule: An Eater's Manual" ("Regras da comida: um manual para os comedores", Penguin Books, 2009, ainda não disponível em português), o autor Michael Pollan alerta para produtos industrializados com listas de ingredientes muito longas. Isso porque, segundo ele, quanto mais ingredientes um produto contém, mais processado (e menos saudável) ele é.

Mocinho ou vilão?

    Por outro lado, alimentos que podem parecer vilões nem sempre trazem prejuízos para a saúde. Esse é o caso dos enlatados e dos legumes congelados.

    O atum em lata, por exemplo, leva óleo vegetal, sal e é cozido dentro da latinha de aço sem qualquer aditivo. Já os legumes enlatados conservam boa parte de seus nutrientes, mas é preciso preferir os cozidos a vapor e prestar atenção no rótulo para verificar a quantidade de sódio adicionado.

    Legumes congelados também têm boa conservação de nutrientes e fibras. De acordo com uma pesquisa realizada pela Food and Drug Administration (FDA, órgão regulatório de alimentos e medicamentos nos Estados Unidos) em 2011, frutas e vegetais congelados fornecem a mesma quantidade de nutrientes e benefícios à saúde que os frescos.

    "Os legumes congelados passam por um procedimento em que levam um 'choque', o que faz com que ainda preservem seus nutrientes", diz Marquezin. Mas alerta: "É importante ressaltar que frutas e legumes de época e in natura têm mais nutrientes e são mais saudáveis".

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Alagoana utiliza garrafas pet para armazenar alimentos a longo prazo

Dona Azaílde conta que já guarda grãos dessa forma há mais de 30 anos.
Nutricionista adverte que alimentos podem perder propriedades.

Proteger-se contra tempos de emergência financeira e ao mesmo tempo colaborar com a preservação da natureza. É isso que aprendem os membros de uma igreja em Maceió, através de uma técnica conhecida como armazenamento. Eles utilizam garrafas pet para estocar alimentos desidratados, como arroz e feijão, que, se alocados da forma correta, podem durar até 30 anos.
Alimentos são armazenados em garrafas pet na casa de dona Azaílde. (Foto: Derek Gustavo/G1)Alimentos são armazenados em garrafas pet na casa de dona Azaílde. (Foto: Derek Gustavo/G1)
A dona de casa Azaílde de Jesus Santana, moradora do bairro da Santa Lúcia, em Maceió, é uma das que seguem a doutrina do armazenamento à risca, desde que entrou na igreja há mais de 30 anos. Ela conta que, ao ouvir falar disso, achou que fosse algo difícil que ela, mais pobre na época, não conseguiria fazer.
“Os líderes da igreja nos falavam bastante a respeito de nos preparamos para os tempos de crise, e uma das formas seria fazer esse estoque de alimentos e outros itens em casa. No começo eu ia juntando o arroz ou o feijão que sobrava das compras do mês. E de pouco em pouco eu consegui formar um estoque para cinco anos, entre comida e material de higiene e limpeza. Isso foi muito útil nos períodos em que estive desempregada e tinha que alimentar meus filhos”, diz Azaílde.
Desde então, a dona de casa vem ensinando seus vizinhos e os demais membros da igreja sobre a importância de se manter um estoque “de emergência” de alguns itens básicos. E por mais incrível que pareça, a preparação dos materiais necessários para se armazenar não é algo complicado.
Dona de casa garante que a maneira como o alimento é preparado para ser armazenado é importante. (Foto: Derek Gustavo/G1)Dona de casa garante que a maneira como o
alimento é preparado para ser armazenado
é importante. (Foto: Derek Gustavo/G1)
Técnica de estoque
À pedido da reportagem do G1, dona Azaílde mostrou o procedimento que deve ser tomado para a estocagem correta do arroz.
“O primeiro passo é limpar e esterilizar a garrafa, com água quente. É importante também secá-la muito bem. Cada alimento exige um processo diferente. Antes de armazenar o arroz tipo 1, por exemplo, é importante misturá-lo bastante com uma colher de óleo de cozinha para cada quilo, até que o arroz fique 'dourado'. Depois disso, é só colocar dentro da garrafa, com a ajuda de um funil, acomodando bem os grãos para que não fique nenhum espaço vazio”, explica Azaílde.
Com a garrafa cheia, é só tampar novamente e se lembrar de colocar um rótulo, indicando o tipo de alimento e quando foi armazenado. As garrafas devem ser alocadas em um local seco, sem contato com a luz do sol e com uma temperatura de no máximo 24ºC. Dona Azaílde ainda explica que os alimentos armazenados tendem a ficar mais secos que os frescos, mas as propriedades e o sabor permanecem os mesmos.
A dona de casa conclui dizendo que sempre que possível é bom que o estoque seja renovado, incluindo novos alimentos e consumindo os mais antigos. “Precisamos aprender a economizar, pois estamos passando tempos de dificuldade. O mundo está prestes a enfrentar um colapso econômico e na produção de alimentos, então tudo o que pudermos fazer para não sofrer tanto impacto é importante”.
Sem risco à saúde
De acordo com a nutricionista Yanna Mafra, o armazenamento de qualquer alimento, quando feito da forma correta não traz problemas à saúde. “No caso dos alimentos secos, como os grãos, por exemplo, se eles forem armazenado em local que não tenha umidade e sem contato com o ar, podem ficar guardados por muito mais tempo do que o normal”.
Yanna ainda faz algumas outras recomendações. Para os alimentos congelados, o ideal é que sejam descongelados uma única vez, sem voltar para a geladeira. Além disso, esse tipo de alimentos só podem ser armazenados por no máximo 30 dias. “É importante frisar que os alimentos, com o passar do tempo ou na forma que é preparado, perdem suas propriedades. Então as pessoas devem ficar atentas a como armazenam e por quanto tempo o fazem”, destacou.

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