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segunda-feira, 29 de abril de 2013

Embrapa lança variedade de arroz destinada à produção de etanol


foto 2 de arroz gigante reduzida

    A nova linhagem ganhou o apelido de arroz gigante porque o tamanho do grão é duas vezes maior que o do arroz comum – como você observa na figura acima – más não é só essa diferença, o arroz gigante também tem o dobro da quantidade de amido, o que representa grande vantagem para a produção de etanol.
    O lançamento da variedade será para o Rio Grande do Sul, estado que importa hoje 98% do etanol que consome e com a produção a partir do arroz, a meta para a safra do ano que vem é produzir metade do volume do combustível comprado de outros estados.
    “Num volume de produção em termos de área, se atingíssemos 10% da área do estado, o restante destinado para a produção de alimentos, apenas esses 10% estariam produzindo etanol suficiente para reduzir em 50% a importação de etanol no Rio Grande do Sul”, explica Ariano Magalhães, pesquisador da Embrapa.
    O cultivo da nova variedade é o mesmo do arroz comum, só que o grão gigante deve ter 40% a mais de produtividade. Além do uso na produção de biocombustível, ele pode ser usado também na alimentação animal e humana, mas a produção vai ser limitada pelas próprias usinas para evitar que os produtores migrem das lavouras do cereal comum para a produção de etanol.
    “Todos ganharão no sentido de que não haverá excesso de produção do arroz para consumo humano porque quando isso acontece, o preço cai muito na hora da colheita“.
    Para se chegar a essa grão foram necessários oito anos de pesquisa. A primeira safra deve ser plantada no segundo semestre deste ano.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Pesquisadores produzem carboidratos a partir de plantas não-comestíveis

Reconfiguração molecular da celulose presente em folhas e caules de milho deu origem à amilose, que se transforma em glicose no organismo humano



Pesquisadores do Instituto Politécnico e Universidade Estadual da Virgínia (conhecido também como Virginia Tech), nos Estados Unidos, criaram uma técnica que transforma plantas não-comestíveis em um tipo de alimento rico em nutrientes. No estudo, publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), a equipe demonstra como conseguiu reconfigurar as propriedades químicas da celulose para que ela se transforme em amido (um carboidrato) — que pode corresponder a até 40% da ingestão calórica humana.

A celulose, presente na parede celular das plantas, é responsável por sua rigidez e sustentação. De característica fibrosa, ela não é digerida pelos seres humanos. Já o amido, presente nos vegetais, é a reserva energética desses seres, e corresponde de 20% a 40% da ingestão calórica diária dos seres humanos.

No estudo, partes de plantas menos utilizadas para consumo e pela indústria, como folhas e caules — que têm bastante celulose mas são pobres em amido — foram empregadas para a geração de um produto com utilidade alimentícia. O tipo de molécula que os pesquisadores produziram é a amilose, uma das partes que compõem o amido, e se transforma em glicose no organismo humano.

“Além de ser uma fonte de alimento, o amido pode ser utilizado para a produção de plásticos para embalagens biodegradáveis”, afirma Yi-Heng Percival Zhang, principal autor do estudo.

Cadeia de transformação — Para transformar a celulose em amido, os pesquisadores utilizaram uma cadeia de enzimas. “A celulose e o amido possuem a mesma fórmula química. A diferença são as ligações entre as moléculas. Nós utilizamos essa cadeia de enzimas para quebrar as ligações da celulose, permitindo a sua reconfiguração”, diz Zhang.

A técnica utiliza celulose de folhas e caules de milho e converte em média 30% da celulose em amido. O restante é transformado em glicose, que pode ser utilizada para a produção de etanol. Como não precisa de equipamentos especiais, calor ou reagentes químicos, e também não produz resíduos, o processo é considerado ecologicamente correto.

Leia mais sobre o assunto em: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/pesquisadores-produzem-carboidratos-a-partir-de-plantas-“nao-comestiveis”

domingo, 21 de abril de 2013

Beterraba pode reduzir a pressão arterial


Beterraba contém nitrato, substância usada em drogas contra pressão arterial alta
Foto: Fábio Seixo/ 03-11-2010



  Suco de beterraba pode reduzir a pressão arterial em torno de 7%, segundo um pequeno estudo publicado no periódico “Hypertension”. Cientistas acreditam que o nitrato presente na beterraba amplia os vasos sanguíneos, ajudando o sangue a fluir mais facilmente. Atualmente, pessoas com dor no peito, ou angina, usam drogas que contém nitrato para amenizar os sintomas.
  A pesquisa envolveu oito mulheres e sete homens com pressão entre 140 to 159 milímetros de mercúrio (mm Hg), sem outras complicações médicas e que não ingeriam medicamento de controle. Os participantes beberam 250 mililitros do suco ou água (placebo) e tiveram a pressão monitorada por 24 horas. Comparado com o grupo de placebo, os participantes que beberam suco de beterraba tiveram a pressão arterial sistólica e diastólica reduzidas em média em 10 mm Hg, mesmo depois que os níveis de nitrito no sangue voltaram ao normal. O efeito foi mais acentuado ocorreu entre três a seis horas depois de beber o suco, mas ainda teve resultado até 24 horas depois.
  Os pesquisadores, A Escola de Medicina e Odontologia de Londres, que têm estudado a relação da beterraba com a pressão arterial há anos, acreditam que mais estudos ainda são necessários. Eles advertem, por exemplo, que uma consequência de beber o suco de beterraba é que a urina pode ficar rosa.
  Grandes concentrações de nitrato também são encontradas no aipo, couve, outros vegetais e folhas verdes, como espinafre e alface. O suco de beterraba utilizado no estudo continha cerca de 0,2g de nitrato, níveis encontrados em uma grande bacia de alface ou duas beterrabas.
- Ficamos surpresos com o quão pouco nitrato era necessário para fazer um efeito tão grande - comentou a autora do estudo e professora de farmacologia vascular na Faculdade de Medicina de Londres, Amrita Ahluwalia. - Nossa esperança é que um aumento da ingestão de vegetais com alto teor de nitrato na dieta, tais como folhas ou beterraba, pode melhorar a saúde cardiovascular.
  Ela ressalta, entretanto, que as descobertas ainda são preliminares para sugerir uma dieta baseada no consumo de suco de beterraba:
- O estudo mostra que, em comparação aos indivíduos com pressão arterial normal, menos nitrato é necessário para produzir a redução na pressão arterial. No entanto, ainda é incerto se este efeito é mantido a longo prazo.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/saude/beterraba-pode-reduzir-pressao-arterial-8125235#ixzz2R4DQbU1y 

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Comércio do açúcar se foca no iminente excedente brasileiro


GENEBRA, 18 Abr (Reuters)

 Os preços do açúcar bruto podem cair para até 15 centavos de dólar por libra-peso pela primeira vez em mais de 2 anos e meio, disse um importante negociante nesta quinta-feira, com estoques excedentes, uma moagem acelerada e uma demanda moderada pelo etanol brasileiro levando a mais perdas.
 O açúcar compete o etanol na destinação da cana-de-açúcar no Brasil, e os preços precisam recuar para níveis que levassem as usinas a reduzir a produção da commodity, disse um trader da Louis Dreyfus, Omar al-Dahhan, nesta quinta-feira. "Nós precisamos que o açúcar recue para cerca de 15 a 16,5 centavo de dólar", disse Dahhan durante um seminário da Kingsman em Genebra.

 "O mercado do açúcar precisa encontrar uma solução para o excedente. Se o preço não recuar, mais açúcar vai ser produzido", acrescentou. Às 14h50 (horário de Brasília), o maio do açúcar bruto recuava 0,17 centavo, a 17,68 centavos por libra-peso, com estoques abundantes pressionando os preços que haviam registrado o dobro deste nível em fevereiro de 2011. O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de açúcar.


 VISÃO MAIS AMPLA
 O tom baixista de Dahhan ecoou a visão de vários analistas e operadores.

 "Pelos próximos 18 meses, nós esperaremos um excedente global e isso provavelmente manterá os preços sob uma pressão baixista", disse Sergey Gudoshnikov, economista sênior da Organização Internacional do Açúcar (ISO, na sigla em inglês).

 A organização com sede em Londres antecipa um excedente global de 8,5 milhões de toneladas em 2012/13 (outubro/setembro), e um excedente novamente, ainda que significativamente menor, em 2013/14. 

"Para o curto prazo, nós não temos motivos para mudar nossas crenças, ou seja, o excesso está chegando, será grande, e vai pressionar os preços para baixo", disse Robin Shaw, analista da corretora Marex Spectron.

 Usinas em importantes produtores devem maximizar sua moagem de cana para levar seus custos a um mínimo, em face dos preços do açúcar, que hoje estão em próximos dos custos de produção, mesmo nas plantas mais eficientes.

 O Brasil tem capacidade suficiente para moer sua vasta safra de cana, disseram analistas.  As usinas brasileiras enfrentaram problemas para lucrar nos últimos anos, uma vez que não possuíam cana o suficiente para operar suas usinas em plena capacidade.

 Fortes chuvas no início da temporada de colheita da cana no Brasil elevou os preços do etanol feito a partir da cana brasileira, potencialmente reduzindo a demanda pelo combustível, mas a previsão meteorológica é de clima seco para os próximos dez dias.

 "O elemento climático no Brasil pode limitar a queda dos preços do açúcar em vez de apoiá-los, por conta da pressão do excedente global", disse um operador.


 (Reportagem de David Brough)

Fonte: http://g1.globo.com/economia
18/04/2012

sábado, 13 de abril de 2013

Bactérias são 'culpadas' por associação entre carne vermelha e doenças cardíacas

A associação entre o consumo de carne vermelha e doenças cardíacas pode não estar relacionada apenas à gordura mas também às bactérias do corpo humano que se alimentam de uma substância química da carne.
Um estudo publicado no periódico "Nature Medicine" apontou que bactérias que habitam o trato digestivo humano metabolizam um composto da carne chamado carnitina, transformando-o em óxido de trimetilamina, conhecido como OTMA. Esse metabólito já havia sido relacionado ao desenvolvimento de aterosclerose (doença que causa o entupimento de artérias) em humanos.
A carnitina é um composto natural da carne vermelha mas também um suplemento alimentar disponível em forma de comprimido e um ingrediente comum de bebidas energéticas. A carnitina é encontrada ainda em outros alimentos, como peixe, frango e até em laticínios, mas em quantidades menores.
Os pesquisadores viram que a carnitina sozinha não era perigosa. O problema aparece quando ela é metabolizada pelas bactérias do intestino e se transforma em óxido de trimetilamina no sangue. O estudo descobriu também que uma dieta rica em carnitina leva ao crescimento das bactérias que metabolizam esse composto químico e a uma produção ainda maior do óxido de trimetilamina (e, portanto, a uma chance maior de ter entupimento de artérias).
O estudo foi liderado por Stanley Hazen, da Clínica Cleveland, e Robert Koeth, estudante da escola de medicina da mesma instituição.
Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores testaram os níveis de carnitina e óxido de trimetilamina em onívoros, vegetarianos e veganos e examinaram os dados clínicos de 2.595 pacientes que haviam feito exames cardíacos eletivos.
Eles também examinaram os efeitos cardíacos de dietas ricas em carnitina em ratos normais, que foram comparados a ratos que tinham níveis suprimidos da flora intestinal, e descobriram que o óxido de trimetilamina altera o metabolismo do colesterol, o que explica sua relação com a aterosclerose.
Os pesquisadores concluíram que níveis aumentados de carnitina em pacientes elevam o risco de doenças cardiovasculares, mas apenas em pessoas que também tinham níveis mais altos de óxido de trimetilamina. Além disso, eles viram que os níveis do óxido eram significativamente menores nos vegetarianos e veganos. E, mesmo depois de consumirem uma quantidade grande de carnitina, pessoas com essas dietas não produziram grandes quantidades do óxido.
"As bactérias que habitam nossa flora intestinal são ditadas por nosso padrão de dieta a longo prazo", disse Hazen. "Uma dieta com muita carnitina altera a composição da flora, o que torna os consumidores de carne mais suscetíveis a formar o óxido de trimetilamina e ter seus efeitos ligados ao entupimento de vasos. Ao mesmo tempo, vegetarianos e veganos têm uma capacidade reduzida de sintetizar o óxido da carnitina, o que pode explicar os efeitos benéficos dessas duas dietas."
Pesquisas anteriores haviam mostrado que uma dieta com consumo alto de carne vermelha é associada a um risco maior de doença cardiovascular, mas o colesterol e a gordura saturada presentes na carne não pareciam ser suficientes para explicar esse risco aumentado.
Essa discrepância havia sido atribuída a diferenças genéticas, a uma dieta rica em sal (normalmente associada ao maior consumo de carne) e até ao processo de cozimento da carne, entre outras explicações. Hazen, porém, afirma que sua pesquisa sugere uma nova conexão entre a ingestão de carne vermelha e as doenças cardíacas.
"Esse processo é diferente para cada um, dependendo do metabolismo da flora intestinal de cada indivíduo", diz. "O metabolismo de carnitina sugere uma nova forma de explicar por que uma dieta rica em carne vermelha leva à aterosclerose."
Hazen afirma, porém, que o estudo não quer dizer que a carne vermelha seja totalmente maléfica. Segundo ele, o alimento contém proteína e vitamina B, ambos essenciais para a saúde.


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1258839-bacterias-sao-culpadas-por-associacao-entre-carne-vermelha-e-doencas-cardiacas.shtml

quinta-feira, 11 de abril de 2013


Tecnologia brasileira aumenta prazo de validade de alimentos




Publicação: 03/04/2013 

A Nanox obteve o registro da Food and Drug Administration (FDA), agência regulamentadora de alimentos e fármacos dos Estados Unidos, para comercializar materiais bactericidas para aplicação em embalagens plásticas de alimentos. A empresa foi criada a partir de um grupo de pesquisa do Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos (CMDC) – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP.

A empresa também foi contemplada, pela segunda vez, pelo programa Global Entrepreneurship Lab (G-LAB), da Escola de Administração do Massachusetts Institute of Technology (MIT Sloan). Desde setembro recebe consultoria de estudantes da instituição no desenvolvimento de um plano de negócios para preparar sua entrada no concorrido mercado norte-americano. Em janeiro, uma equipe de estudantes do programa visitou a sede da empresa, em São Carlos, no interior de São Paulo, para concluir o trabalho.

Com o plano de negócios em mãos, a Nanox pretende abrir uma subsidiária nos Estados Unidos e atrair investidores para auxiliá-la a montar a operação.

“Nós já conversamos com representantes de alguns fundos de investimento no Vale do Silício para ajudar a desenvolver toda a parte estrutural da subsidiária que pretendemos abrir nos Estados Unidos”, disse Luiz Gustavo Pagotto Simões, diretor da Nanox, à Agência FAPESP.

De acordo com o pesquisador, o material bactericida que pretendem comercializar nos Estados Unidos é a mais recente aplicação de uma linha de antimicrobianos inorgânicos – batizada de “NanoxClean” –, que começaram a desenvolver em 2005.

Por meio de um projeto apoiado pelo Programa Pesquisa Inovativa em Pequena Empresa (PIPE), a empresa, que na época tinha o nome Science Solution, começou a produzir inicialmente partículas nanoestruturadas (em escala na bilionésima parte do metro) à base de prata, com propriedades bactericidas, antimicrobianas e autoesterilizantes.

O material foi aplicado na superfície de metais – em instrumentos médicos e odontológicos, como pinças, bisturis e brocas –, em secadores de cabelo, purificadores de água, tintas, resinas e cerâmicas.

A partir de 2007, passaram a estender a aplicação do produto para plásticos usados para embalar e conservar alimentos, com certificação obtida da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2012 para essa finalidade.

“A tecnologia que desenvolvemos para colocar prata em uma matriz cerâmica e, depois, adicionar esse material a um polímero, também resultou no depósito de algumas patentes no Brasil e nos Estados Unidos”, contou Simões.

Aumento da vida útil
Segundo Simões, as embalagens plásticas com os antimicrobianos inorgânicos desenvolvidos por eles aumentam o prazo de validade de alimentos acondicionados com o material. Dessa forma, o produto pode ser consumido por muito mais tempo.

“Um produto que durava seis meses, por exemplo, se armazenado em uma embalagem com o material bactericida, passa a durar de oito meses a um ano”, comparou.

O material, segundo Simões, pode ser aplicado em qualquer tipo de plástico de alimento – de sacos de supermercados a plásticos mais rígidos, como potes de margarina –, com um aumento de custo muito baixo em relação ao polímero convencional.

Para iniciar a comercialização do produto nos Estados Unidos, a Nanox realiza atualmente testes com cinco potenciais clientes – entre eles uma grande rede de supermercados e um fabricante de embalagens.

A empresa é a única fabricante do produto no Brasil. No mercado internacional, no entanto, enfrenta a concorrência de indústrias japonesas, que desenvolveram inicialmente a tecnologia, além de alemãs, que dominam a fabricação de produtos à base de prata.

A Nanox, contudo, desenvolveu uma tecnologia própria que utiliza entre 10 a 15 vezes menos prata do que seus concorrentes, ao mesmo tempo em que mantém a transparência do plástico – atributo considerado fundamental para o produto.

Ampliação de mercado
A Nanox pretende obter a certificação do produto nos Estados Unidos para outras aplicações, como, por exemplo, em saúde. O processo de registro de um produto na área de saúde junto ao FDA, no entanto, é mais demorado e complexo do que em aplicações em alimentos, exigindo a realização de estudos clínicos para garantir a segurança dos consumidores.

“Nossa previsão é de comercializar o produto para embalagens alimentícias no mercado norte-americano entre três e cinco anos e, depois disso, obtermos certificações para aplicação em cateteres e equipamentos de ultrassom, por exemplo”, disse Simões.

A Nanox já exporta para o México e a Itália e começou a ingressar no mercado chinês. De modo a conseguir manter seu plano de expansão e crescimento, por meio de um projeto PAPPE/PIPE fase 3, a empresa começou a aumentar nos últimos anos sua escala de produção.

A meta da empresa é aumentar dez vezes a escala de produção de partículas antimicrobianas nanoestruturadas, saltando dos atuais 10 quilos para 100 quilos por dia. “Estamos testando diversas metodologias para aumentar nossa escala de produção”, disse Simões.

Fonte:http://www.em.com.br/app/noticia/tecnologia/2013/04/03/interna_tecnologia,366808/tecnologia-brasileira-aumenta-prazo-de-validade-de-alimentos.shtml

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Alimentos têm deflação global, mas sobem no País


Considerado um dos celeiros do mundo, o Brasil tem vivido uma situação inusitada nos últimos meses. Enquanto os alimentos ficaram mais baratos no exterior desde o ano passado, o preço da comida brasileira está na contramão e sobe sem parar há 19 meses.
Dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês) mostram que, globalmente, os alimentos têm queda consecutiva desde outubro de 2012 e acumulam deflação de 2,6% no período. No Brasil, ao contrário, os preços ao consumidor subiram 5,5%.
Com a economia global ainda tentando sair da crise, a demanda por commodities segue aquém do esperado pelos analistas, especialmente em grãos - segmento em que o Brasil é um forte exportador. Com as estimativas frustradas, os preços internacionais engataram a tendência de queda.
Comparação. Levantamento feito pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, com dados da FAO revela que a economia global vive atualmente a maior sequência de quedas do índice de preços de alimentos desde o estouro da crise financeira no fim de 2008.
Esse índice é medido pela FAO conforme a evolução mensal do preço de 55 alimentos de origem vegetal e animal em cinco categorias: açúcar, carnes, cereais, lácteos e oleaginosos.
O Brasil, porém, não sentiu essa recente virada dos preços. Na mesa do consumidor brasileiro, ao contrário, nada mudou e a inflação segue firme a tendência de alta. Ou seja, a queda dos preços internacionais - verificada nas commodities como soja, milho, café e carnes - ficou em algum lugar até chegar à casa do consumidor.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) mostram que os preços do grupo Alimentação e Bebidas têm subido todos os meses desde agosto de 2011, conforme a série dessazonalizada. Nesse período, a inflação da comida avançou nada desprezíveis 16,5% ou mais de três vezes a meta de inflação perseguida pelo Banco Central. No índice medido pela FAO, o mundo é completamente diferente: deflação acumulada de 9% nos mesmos 19 meses.
Na contramão. Os dois últimos meses do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - parâmetro oficial no Brasil para a evolução dos juros -, inclusive, revelam que a remarcação voltou a ganhar força e a inflação de alimentos e bebidas foi de 1,63% em janeiro e 1,52% em fevereiro.
O ritmo é o mais forte desde o fim de 2007, quando alimentos chegaram a subir 1,97% em um mês. Naquele ano, porém, o Brasil cresceu mais de 7,0%. Em 2012, vale lembrar, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro girou em torno de 1,0% e deve avançar para 3,0% este ano. Ou seja, alimentos têm subido tanto quanto em 2007, mas a economia roda muito abaixo da velocidade daquele ano.
Nos 12 meses acumulados até fevereiro, o grupo Alimentação e Bebidas do IPCA dessazonalizado acumula alta de 11,7%, a maior desde novembro de 2008 - logo após a quebra do banco americano Lehman Brothers. Na medição internacional de preços de alimentos feita pela FAO, o mesmo período acumulou deflação de 2,24%.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Quais alimentos podem substituir o caro tomate?


O grande trunfo do tomate é um antioxidante chamado licopeno. Mas os alimentos com cores do amarelo ao vermelho, como a cenoura e a abóbora, podem substituí-lo a contento

Desde que o preço do tomate atingiu altas históricas, nas últimas semanas, e praticamente virou artigo de luxo na mesa dos brasileiros, restaurantes e consumidores estão o utilizando cada vez menos. Na hora de montar o cardápio das refeições, no entanto, é possível substituí-lo por outros alimentos de igual ou semelhante valor nutricional. Qualquer vegetal ou fruta que tenha coloração entre o amarelo e o vermelho trazem o mesmo tipo de carotenoide (substância responsável pela coloração vermelha do fruto) pelo qual o tomate é famoso: o licopeno.
Antioxidante notório pela capacidade de ajudar a prevenir o câncer de próstata, o licopeno é um carotenoide que dá a cor avermelhada a certos alimentos — como melancia e goiaba. Os carotenoides, por sua vez, além de serem corantes naturais, se caracterizam por ajudarem o corpo a manter seus níveis normais de vitamina A. A ingestão dessa substância é importante porque ajuda a prevenir a liberação dos radicais livres, moléculas que levam ao envelhecimento e ao desenvolvimento de doenças.
"Não adianta, no entanto, comer apenas tomate ou apenas cenoura, que são do mesmo grupo. A pessoa deve comer cinco cores diferentes, já que cada grupo de cor oferece um tipo de antioxidante diferente, para garantir uma ação eficaz", diz o médico Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).
Para substituir o consumo de tomate, basta escolher qualquer outro vegetal ou fruta que tenha coloração variante entre amarelo e vermelho. Entre as opções mais comuns estão cenoura, abóbora, melancia, caqui e goiaba. O ideal é que o consumo desses alimentos, assim como o de tomate, seja de 100 gramas diárias. Além do licopeno, o tomate também é rico em vitamina C, magnésio, potássio e fibras. Essas substâncias, no entanto, podem ser facilmente encontradas em grande parte dos demais legumes e vegetais.
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/quais-alimentos-podem-substituir-o-tomate

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Até metade dos alimentos do mundo vai para o lixo, diz estudo


    Até a metade de todo o alimento produzido no mundo acaba indo parar no lixo devido a métodos falhos de colheita, armazenamento e transporte, assim como de atitudes irresponsáveis de varejistas e consumidores, afirmou um relatório nesta quinta-feira. O mundo produz cerca de quatro bilhões de toneladas métricas de alimentos por ano, mas entre 1,2 e 2 bilhões de toneladas não são consumidos, disse o estudo do Instituto de Engenheiros Mecânicos, com sede em Londres. "Esse nível de desperdício é uma tragédia que não pode continuar se quisermos ter sucesso no desafio de atender de forma sustentável nossas futuras demandas de alimentos", disse. Nos países desenvolvidos, como a Grã-Bretanha, métodos eficientes de agricultura, transporte e armazenamento indicam que a maior parte do desperdício ocorre através do comportamento varejista e do consumidor. Os varejistas produzem 1,6 milhão de toneladas de resíduos alimentares por ano porque rejeitam grupos de frutas e legumes comestíveis que não cumprem os critérios exatos de tamanho e aparência, disse o estudo da sociedade de engenharia. "Trinta por cento do que é colhido do campo nunca realmente atinge o mercado (principalmente o supermercado) devido à triagem, seleção de qualidade e por não cumprir critérios puramente cosméticos", disse. Dos alimentos que chegam às prateleiras de supermercados, de 30 a 50 por cento do que é comprado nos países desenvolvidos são jogados fora pelos consumidores, geralmente devido à má compreensão das datas de "melhor consumido antes" e "usar até". Uma data que diz "usar até" é colocada quando há um risco de saúde associado com o uso do alimento depois dessa data. Um "melhor consumido antes" fala mais sobre a qualidade, quando ela expira, não significa, necessariamente, que o alimento seja prejudicial, mas que pode perder parte do sabor e textura. No entanto, muitos consumidores não sabem a diferença entre os rótulos e jogam no lixo alimentos antes que o prazo de validade expire.
POPULAÇÃO CRESCENTE
     Na Grã-Bretanha, cerca de 16,3 bilhões dólares em alimentos são jogados fora pelas residências todos os anos, e parte disso é apta para o consumo, disse o estudo. Já em países menos desenvolvidos, como os da África subsaariana ou os do Sudeste Asiático, o desperdício costuma ocorrer devido à ineficiência na colheita e no armazenamento. Nos países do Sudeste Asiático, por exemplo, as perdas com o arroz podem ser de 37 a 80 por cento da produção, totalizando cerca de 180 milhões de toneladas por ano, disse o documento. A Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que a população mundial atinja o pico de cerca de 9,5 bilhões de pessoas até 2075, significando que haverá 2,5 bilhões de pessoas a mais para alimentar. O aumento populacional, junto com a melhoria da nutrição e a mudança de dietas, pressionará pelo aumento no fornecimento global de alimentos nas próximas décadas. O aumento no preço dos alimentos e das commodities vai levar à necessidade de reduzir o desperdício, tornando a prática de descartar frutas e legumes comestíveis por razões cosméticas menos viáveis economicamente. No entanto, os governos não deveriam esperar que o preço dos alimentos provoque uma ação sobre essa prática de desperdício, mas produzir políticas que mudem o comportamento do consumidor e convençam os varejistas a deixar de lado esse modo de agir, disse o estudo. Países que se desenvolvem rapidamente, como Brasil e China, vêm aprimorando a infraestrutura para transportar as colheitas, ganhar acesso aos mercados exportadores e melhorar as instalações de armazenamento, mas precisam evitar os erros cometidos pelas nações desenvolvidas e garantir que sejam eficientes e bem conservados. Países mais pobres exigem investimentos significativos para melhorar sua infraestrutura, disse o relatório. Por exemplo, a Etiópia está estudando desenvolver uma rede nacional de instalações para armazenamento de grãos que deve custar pelo menos 1 bilhão de dólares. "Esse nível de investimento será necessário para diversas commodities e em vários países, e os esforços coordenados serão essenciais", disse o relatório.

(Reportagem de Nina Chestney) 


Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,ate-metade-dos-alimentos-do-mundo-vai-para-o-lixo-diz-estudo,982793,0.htm