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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Assentamento baiano é referência na produção de alimentos

Tudo é cultivado sem o uso de produtos químicos.
Práticas de manejo fazem do assentamento uma referência em agroecologia.



Quem mora no assentamento Terra Vista, no município de Arataca, vivem em harmonia com a natureza. “A solução da gente é viver na roça, por ter o nosso local para produzir alimento e a paz que a gente vive na natureza”, diz Benedito Ferreira.

Cinquenta e cinco famílias moram no assentamento. Cada uma tem quatro hectares de onde tiram o sustento. Feijão, mandioca, banana, açaí, cacau e outros tipos de cultura. Tudo é cultivado sem o uso de produtos químicos. As práticas de manejo fazem do assentamento uma referência em agroecologia.

A planta que se decompôs vira adubo, a folha do feijão de porco ajuda a controlar o ataque de formigas, nos pés de cacau. Com convivência com a terra, os assentados adquiriram experiência, mas foi o conhecimento em sala de aula que ajudou a cada família a mudar o sistema que vivem. No assentamento estudam 675 alunos em cinco cursos técnicos e um em bacharelados em agronomia.

“A gente pretende conhecer novas técnicas, adquirir novos conhecimentos e utilizá-los nas nossas áreas de reforma agrária e dessa forma melhorar nossas áreas e dessa forma melhorar não só a nossa produção pessoal, mas também a produção das demais famílias assentadas. Então se a gente conseguir melhorar a produtividade, consequentemente a gente melhora a renda e a qualidade de vida das famílias”, garante o técnico em agropecuária – Marcos Vinícius do Nascimento.

Cacau

O assentamento tem 904 hectares, 350 são voltados para o cultivo do cacau, principal cultura beneficiada pelo modelo natural. O fruto se desenvolve em meio ao sistema cabruca, em que a mata atlântica é preservada. Outra parte da produção se dá na área onde foram plantadas várias árvores frutíferas que ajudam a recuperar a mata ciliar. O potencial ecológico atraiu parceiros como o Instituto Cabruca oferece entre outros recursos, a capacitação.

• Projeto garante mais renda para pequenos agricultores em Itagimirim

“Essas áreas que em média estavam entre dois, três arrobas de cacau por hectares, agora está com 94 arrobas de cacau por hectare, então incrementa bastante a produção. Isso tudo em cinco anos de trabalho. Hoje os assentados entendem que a produção orgânica dá frutos”, explica o coordenador do instituto, Tiago Guedes Viana.

Do próprio bioma que se desenvolve são retiradas sementes de plantas frutíferas e nativas. Elas são plantadas em um viveiro com capacidade para 100 mil mudas por ano e no local, recebem a manutenção necessária.

Perto de concluir o curso técnico em agroecologia, Sálvio Oliveira, pretende passar o conhecimento para outras pessoas. “Quero passar o conhecimento para todos que queiram saber sobre o assunto”, diz.



Fonte:http://g1.globo.com/bahia/noticia/2011/11/assentamento-baiano-e-referencia-na-producao-de-alimentos.html

Escassez de terra e água cria risco alimentar, diz ONU

DA REUTERS, EM MILÃO

A rápida expansão populacional, a mudança climática e a degradação dos recursos hídricos e fundiários devem tornar o mundo mais vulnerável à insegurança alimentar, com o risco de não ser possível alimentar toda a população até 2050, disse a FAO (agência da ONU para alimentação e agricultura) nesta segunda-feira.
Nas próximas quatro décadas a população mundial deve saltar de 7 para 9 bilhões de pessoas, e para alimentá-las seria preciso uma produção adicional de 1 bilhão de toneladas de cereais e 200 milhões de toneladas de carne por ano.
A introdução da agricultura intensiva nas últimas décadas ajudou a alimentar milhões de famintos, mas muitas vezes levou à degradação da terra e dos produtos hídricos, segundo a FAO.
"Esses sistemas em risco podem simplesmente não ser capazes de contribuir conforme o esperado para atender às demandas humanas até 2050", disse o diretor-geral da organização, Jacques Diouf. "As consequências em termos de fome e pobreza são inaceitáveis. Ações paliativas precisam ser tomadas agora."
Segundo o relatório, intitulado "Estado dos Recursos Hídricos e Fundiários do Mundo para a Alimentação e a Agricultura", um quarto das terras aráveis do mundo está altamente degradada, 8% está moderadamente degradada e 36% ligeiramente degradada ou estável, e apenas 10% está melhorando.
A escassez de água também vem se agravando, devido a problemas de salinização e poluição dos lençóis freáticos e de degradação de rios, lagos e outros ecossistemas hídricos. O uso da terra para fins industriais e urbanos também agrava o problema alimentar mundial.
De acordo com a FAO, cerca de 1 bilhão de pessoas estão atualmente desnutridas, sendo 578 milhões na Ásia e 239 milhões na África Subsaariana.
Nos países em desenvolvimento, mesmo que a produção agrícola dobre até 2050, 5% da população continuaria desnutrida, ou cerca de 370 milhões. Para que a fome e a insegurança alimentar recuem, a produção de alimentos precisaria crescer num nível superior ao da população. Isso, acrescenta o relatório, teria de ocorrer principalmente nas áreas já utilizadas para a agricultura, com um uso mais intensivo e sustentável da terra e da água.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Anvisa proíbe bebidas e alimentos à base de aloe vera

Planta é popularmente conhecida como babosa.
Uso em cosméticos e produtos de limpeza continua liberado.

    A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu nesta segunda-feira (14) o uso da aloe vera, planta popularmente conhecida como babosa, na produção de alimentos e bebidas. A proibição vale para importação, fabricação, distribuição e comercialização desses produtos.
    A planta é usada também como aromatizante em cosméticos e produtos de limpeza, e esse tipo de uso continua liberado.
    A Anvisa optou pela proibição por falta de estudos científicos que comprovem a segurança da babosa, ou seja, falta garantia de que ela não seja prejudicial à saúde.
    Existem sucos à base da planta, e seus revendedores costumam falar sobre possíveis efeitos benéficos, como a redução dos níveis de glicose no sangue.

Do G1, em São Paulo, 14/11/2011

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/11/anvisa-proibe-bebidas-e-alimentos-base-de-aloe-vera.html

 

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Ração humana atrai adeptos pela praticidade

Dietas malucas podem fazer muito mal ao organismo, pois os músculos ficam mais fracos e sofrem com a falta de energia

No Brasil, a busca incansável tem uma nova receita. Ração humana: você sabe o que é isso? 
Soja, aveia, gérmen de trigo; são, pelo menos, 10 ingredientes, todos em pó e naturais. É uma receita que está se espalhando pelo Brasil, a dieta da moda. 
“A linhaça é um elemento muito importante que mantém o ritmo intestinal, tem vitaminas e modifica o trato de trânsito do intestino. Ao mesmo tempo, ele previne algumas alterações que nós temos de doenças”, aponta o nutrólogo e professor Mauro Fisberg, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). 
 Quantos produtos naturais! Mas será que misturar tudo isso é mesmo bom para todo mundo? 
O professor Mauro Fisberg diz que três colheres ao dia não fazem mal a ninguém. Mas quem é diabético ou tem problemas cardíacos, cuidado: é melhor evitar açúcar mascavo, cacau e o guaraná em pó. “Uma pessoa que é normal e come normalmente todos os tipos de alimentos não precisaria de nenhum outro suplemento”, afirma o nutrólogo. 
“Não adianta colocar coisas que sejam muito diferentes, porque a pessoa não consegue manter estes alimentos que não são do seu hábito durante muito tempo”, ressalta a nutricionista Sônia Tucunduva Phillípi, da Universidade de São Paulo (USP). 
Pouca gente se preocupa com o corpo o ano inteiro. A maioria exagera, come o que tem vontade e não faz nada para queimar aquelas gordurinhas extras que em dias nublados nem chamam tanta atenção. Mas é só sair o sol que muitos deixam o bom senso de lado e são capazes de fazer loucuras para entrar em forma.
As magrinhas se exibem e confessam sacrifícios assustadores. “Eu não tomava café da manhã, não comia nada, só almoçava salada e um grelhado, durante praticamente um ano. Mas tive tontura, dor de cabeça. Todo dia, passava mal”, conta a supervisora Vívian Nogueira. 
“A primeira coisa que você acaba perdendo são as proteínas mais nobres que são as proteínas musculares”, explica o nutrólogo Mauro Fisberg. 
O nosso corpo está programado para proteger os órgãos vitais, como o cérebro, o coração e os pulmões que precisam de muita energia, que vem dos alimentos. 
Quando entramos em um regime maluco, o cérebro determina: a energia deve ser retirada dos músculos. E eles ficam mais fracos, sofrem com a dieta. A falta de vitaminas derruba nossas defesas e aumenta a degeneração celular. 
“Para matar a fome, eu tomava muito café sem açúcar. Matava a fome, mas acabou com o meu estômago também”, lembra a aposentada Clarice Quagio. 
“A cafeína, em alguns elementos, tira bastante a fome, mas, ao mesmo tempo, tem uma ação estimulante importante. E ao mesmo tempo, uma ação tóxica age sobre o nosso trato intestinal, e ela acaba tendo uma duodenite, uma esofagite e pode chegar até a uma úlcera, por irritabilidade”, diz Mauro Fisberg. 
“Eu consegui emagrecer 20kg, em um ano”, conta a manicure Téia Santana que, há três anos, passou a comer só carne e salada durante a semana. As lasanhas, pizzas, carboidratos ficaram só para sábados e domingos. 
“Em vez de ela restringir o carboidrato para uma vez por semana, ela poderia comer porções muito menores de carboidrato todos os dias, combinadas com proteína, combinadas com vegetais, legumes e frutas que poderiam ser exatamente iguais em termos de perda de peso com muito menos dano para a vida futura dela”, explica o nutrólogo.



Saiba mais: http://g1.globo.com/globoreporter/0,,MUL1497429-16619,00-RACAO+HUMANA+ATRAI+ADEPTOS+PELA+PRATICIDADE.html

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Alimentos anticolesterol

"Há tempos pesa sobre ele a fama de vilão. Mas acredite: o colesterol é um bem precioso para o ser humano. Afinal, sua presença garante a produção de vários hormônios, a síntese da vitamina D e também o pleno funcionamento das membranas celulares, só para citar algumas tarefas. De tão importante, 70% da substância é produzida pelo próprio organismo - o restante vem do prato. O foco da questão, caro leitor, são as lipoproteínas que a transportam pelo seu corpo: a LDL e a HDL. "A primeira carrega o colesterol para as artérias, aumentando o risco de ocorrer formação de placas de gordura que, mais tarde, podem gerar doenças cardiovasculares", esclarece Celso Cukier, nutrólogo do Hospital do Coração, o HCor, em São Paulo. "A segunda, por sua vez, é responsável por tirar a molécula dos tecidos e conduzi-la ao fígado para ser eliminada."
O problema surge quando há um desequilíbrio entre esses meios de transporte e a LDL aparece soberana na corrente sanguínea. Isso, na maioria das vezes, é culpa de uma dieta cheia de gordura saturada, aquela encontrada na carne vermelha, na pele do frango, na salsicha, no salame e por aí vai. Não é de admirar, portanto, que uma das primeiras recomendações para combater o colesterol considerado inimigo é fazer vista grossa a algumas opções do menu cotidiano. Mas - é aí que vem a novidade - essa estratégia parece não ser suficiente. Um time de pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, comprovou que incluir certos itens no cardápio pode ser tão ou mais eficiente do que simplesmente mandar outros para o limbo.
Eles chegaram a essa conclusão ao acompanhar, por seis meses, 345 pessoas com o colesterol elevado ou no limite. Enquanto uma parte dos indivíduos recebeu instruções para investir em uma dieta magra e turbinada com fibras solúveis, oleaginosas, produtos à base de soja e alimentos enriquecidos com fitoesterois, a outra só foi orientada a maneirar nos comes e bebes gordurosos. Ao final do período de avaliação, os resultados indicaram que o primeiro grupo sofreu uma redução de aproximadamente 14% nos níveis de LDL. Já na segunda turma a diminuição foi mais singela: de apenas 3%.
"Esse índice de 14% é muito significativo. É, inclusive, similar ao de medicamentos usados para potencializar a ação da estatina, o remédio usualmente indicado para controlar as taxas de colesterol", observa Raul Dias dos Santos, cardiologista e diretor da Unidade Clínica de Dislipidemias do Instituto do Coração, o Incor, na capital paulista. Mas, veja bem, nada disso é desculpa para descartar a clássica orientação de consumir moderadamente as fontes de gordura saturada.

Pegue leve nos alimentos gordos

Uma das causas do aumento dos níveis de LDL no sangue é a ingestão abusiva de certas gorduras, como as saturadas. A nutricionista Camila Gracia, da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, informa que esse tipinho está presente em alguns cortes de carne vermelha, em queijos como provolone e parmesão, no leite integral e nos embutidos. Outra inimiga gordurosa é a trans, que por sua vez se esconde em alimentos processados, como biscoitos recheados, salgadinhos e certos produtos congelados.
· Em uma dieta de 2 mil kcal, só 140 devem ser provenientes das gorduras saturadas
O iogurte contém fitoesterois. Consuma 200g por dia
Foto: Dreamstime

Fitoesterois

Encontradas nas plantas, essas substâncias ocupam o lugar do colesterol na micela, que é uma estrutura gordurosa na qual ele precisa grudar para ser assimilado. Quando recebe esse chega pra lá, sua eliminação é certeira. De acordo com Raul Dias dos Santos, do InCor, ainda há outro mecanismo a ser destacado: "Os fitoesterois bloqueiam o receptor NPC1L1, responsável por colocar o colesterol dentro das células do intestino, de onde ele parte para circular pelo sangue e tecidos". Para nossa sorte, alguns alimentos são enriquecidos com esses aliados.
Alimentos à base de soja
Segundo o cardiologista Raul Dias dos Santos, a proteína do grão dificultaria a absorção do colesterol. "Só que esse mecanismo não está bem definido", observa. E não dá para esquecer que a leguminosa tem pouca gordura saturada. Só por causa disso, para quem está com o colesterol muito alto, já vale cogitar substituir o leite de vaca pelo de soja.

Oleaginosas

Fazem parte desse grupo as nozes, amêndoas, avelãs e castanhas. Graças à presença marcante do mineral selênio, elas atrapalham a oxidação do colesterol LDL. E, sem estar oxidada, a molécula perde boa parte de sua força maléfica. "As oleaginosas ainda são fontes de gorduras monoinsaturadas, que não participam da síntese do colesterol", acrescenta Cukier, nutrólogo do HCor. Mas nem pense em devorá-las uma atrás da outra, como se fossem pipoca. "Afinal, elas têm muitas calorias", diz Camila Gracia.

Fibras solúveis

Ao serem consumidas - por meio de frutas, verduras, legumes e cereais como aveia -, elas formam uma espécie de gel no intestino. E o colesterol acaba colando nessa composição. "Por isso, em vez de ser assimilado pelo corpo, ele é arrastado pelas fezes", conta a nutricionista Camila. Só não pode abusar das fibras e se esquecer de beber água. "O líquido ajuda a formar o tal gel e o bolo fecal", ensina."

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Dinamarca cria sobretaxa para alimentos que engordam

A Dinamarca se tornou o primeiro país do mundo a introduzir uma sobretaxa para produtos e alimentos que engordam.
A partir deste sábado, produtos como manteiga, leite, queijo, pizza, carne, óleo, azeite e alimentos processados passam a pagar mais impostos se contiverem mais de 2,3% de gordura saturada.

Segundo o jornal "Copenhagen Post", um pacote de 250g de manteiga sofrerá um aumento de mais de 14%, enquanto o litro do azeite de oliva custará 7% a mais.
A medida vem gerando polêmica tanto entre consumidores - que terão de gastar mais na sua compra de supermercado - quanto entre porta-vozes da indústria.
A Federação Dinamarquesa de Alimentos e Bebidas disse que a decisão pode levar muitos cidadãos a simplesmente cruzar a fronteira e fazer suas compras na Alemanha.
Segundo correspondentes, às vésperas do aumento, a população fez compras em grandes quantidades de produtos como manteiga, queijo e azeite.
"Foi uma semana caótica, com muitas prateleiras vazias. As pessoas encheram suas geladeiras", disse à agência AFP o proprietário de um supermercado em Copenhague.
Benefício para a saúde
A taxa também não é unanimidade entre os cientistas: uma parte da comunidade científica defende que a gordura saturada não é necessariamente o maior inimigo da silhueta.
Segundo estes especialistas, mais nocivo é o excesso de sal, açúcar e carboidratos refinados (presente em alimentos como o arroz branco, macarrão, massas e outros feitos a partir de farinha de trigo refinada, como pão branco, biscoitos e bolachas).
Segundo um estudo recente da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o índice de obesidade na Dinamarca está abaixo dos índices de outros países ricos.
Em 2005, 11% da população dinamarquesa podia ser considerada obesa, enquanto a taxa de sobrepeso no país era de 45%. Entre os países da OCDE, esses números eram de 16% e 50%, respectivamente.
Para efeito de comparação, nos EUA, 34% da população são obesos; no México, 30%; no Brasil, 16%; na França, 11%; e no Japão, 3%, ainda de acordo com os números da OCDE. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.