Insetos, carne de laboratório e algas
têm grandes chances de fazer parte da dieta do homem do futuro.
31 de julho de 2012 | 8h 36
Projeções de especialistas indicam
que o aumento populacional, dos preços dos alimentos e a limitação de
disponibilidade de recursos vão mudar os hábitos alimentares humanos nas
próximas décadas.
Alguns
analistas calculam que o preço dos alimentos pode dobrar nos próximos cinco a
sete anos, tornando itens hoje comuns, como carne, em artigo de luxo.
Veja
abaixo algumas alternativas que, embora estranhas á primeira vista, são
apontadas como caminhos prováveis para resolver a demanda por alimentos.
Insetos
O
governo holandês já investiu um milhão de euros em pesquisa sobre como inserir
carne de insetos nas dietas de seus cidadãos e preparar leis para regulamentar
sua criação.
Insetos
fornecem tanto valor nutricional quanto carne de mamíferos, mas custam e poluem
muito menos. Cerca de 1, 4 mil espécies poderiam ser consumidas pelo homem,
compondo salsichas ou hambúrgueres.
Boa
parte da humanidade já come insetos, especialmente na Ásia e África. Mas os
mercados ocidentais devem resistir à ideia e vão ser necessárias grandes
campanha de marketing para tornar aceitável ideia de incluir insetos como
gafanhotos, formigas e lagartas no cardápio.
Uso
de som
Já é bem conhecida a influência
que aparência e cheiro podem ter sobre o que comemos, mas uma área em expansão
que pode render descobertas interessantes é a dos estudos sobre o efeito do som
sobre o paladar.
Um
estudo da Universidade de Oxford descobriu que é possível ajustar o gosto der
determinados alimentos através da música que se ouve ao fundo.
A
música pode, por exemplo, fazer uma comida parecer mais doce do que ela é. Esse
recurso pode ajudar a reduzir o consumo de açúcar.
Outro
exemplo: Sons graves de instrumentos de sopro de metal (como saxofones ou
tubas) acentuariam o gosto amargo de alimentos.
Empresas
podem passar a recomendar listas de músicas para melhorar a
"experiência" do consumo de seus produtos.
Carne de laboratório
Cientistas
holandeses criaram carne em laboratório usando células-tronco de vaca e esperam
desenvolver o primeiro "hambúrguer de proveta" até o fim de 2012.
A
produção de carne artificial poderia trazer grandes benefícios ao meio
ambiente, pela redução no número de cabeças de gado - grandes emissores de CO2
- e nas áreas de floresta desmatada para a criação de pastos. A carne de
laboratório poderia ser manipulada para ter níveis bem mais saudáveis de
gordura e nutrientes.
Os
pesquisadores holandeses dizem que a meta é fazer a carne in vitro ter o mesmo
gosto que a tradicional - coisa que ainda está longe de ter.
Algas
Elas
podem alimentar homens e animais, oferecer uma alternativa em graves crises
alimentícias e ainda abrem mão do gasto de terra ou água potável para seu
cultivo.
Cientistas
ainda apontam para o potencial de algas como fontes de biocombustíveis - o que
reduziria a dependência dos combustíveis fósseis.
Alguns
especialistas preveem que fazendas de algas poderiam se tornar a mais
promissora forma de agricultura intensiva.
Elas
já existem em países asiáticos como o Japão.
Como
os insetos, elas poderiam ser introduzidas em nossas dietas sem que
soubéssemos. Cientistas na Grã-Bretanha estudam a substituição de sal marinho
por algas em pães e outros alimentos industrializados.
Grãos
têm um forte sabor, mas com baixo índice de sal, sendo portanto, mais
saudáveis.
Com informações de Denise
Winterman da BBC News BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido
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