Na pesquisa com 153 empresas, as de alimentos e bebidas tiveram
rentabilidade de 30,5% no ano passado; setor químico ganhou 2,1%
LEANDRO MODÉ - O Estado de S.Paulo
O levantamento da empresa de informações
financeiras Economática sobre a rentabilidade das companhias brasileiras de
capital aberto em 2011 tem como destaque, do lado positivo, o setor de
alimentos e bebidas, com 30,5%. O pior desempenho é o do setor químico, com
ganho sobre o patrimônio de apenas 2,1%.
A pesquisa inclui as 153 empresas que já haviam
divulgado balanço até o meio da semana. Outras cem, aproximadamente, devem
divulgar os resultados até 31 de março, data-limite estabelecida pela Comissão
de Valores Mobiliários (CVM).
"Como as principais empresas do País já
apresentaram seus balanços, acreditamos que o resultado final do levantamento
não mudará muito em relação ao que apuramos até agora", explicou o
presidente da Economática, Fernando Exel. Entre as companhias que publicaram
balanço destacam-se Petrobrás e Vale.
O bom desempenho das companhias de alimentos e
bebidas é explicado pela forte expansão do lucro operacional em 2011 - 38,8%,
para R$ 17,7 bilhões. O lucro operacional é aquele que considera os resultados
advindos da atividade principal da empresa.
O setor é um dos que mais vêm se beneficiando do
crescimento do consumo no Brasil nos últimos anos, em parte decorrente da
ascensão das classes D e E.
A indústria química, por sua vez, teve a pior
rentabilidade entre todos os setores por causa da expressiva evolução das
despesas financeiras - que saíram de R$ 1,9 bilhão para R$ 3,5 bilhões. Essa
expansão ocorreu na esteira da valorização do dólar em relação ao real, de
pouco mais de 12% no ano passado. "Muitas empresas com dívidas em dólar
sofreram impacto na rentabilidade em 2011", disse Exel.
O crescimento da despesa financeira ofuscou a maior
variação das receitas entre os setores que compõem o levantamento. No químico,
a alta nessa rubrica atingiu 13,3%, bem superior ao segundo colocado da lista,
o setor de veículos e peças, com expansão de 8,7% nas receitas.
A maior queda no índice de rentabilidade de 2010
para 2011 também se deu no setor químico - 16,2% para 2,1%. De outro lado, as
empresas de alimentos e bebidas apresentaram a maior evolução no período - de
25% para os 30,5% que levaram o segmento ao topo da pesquisa.
O levantamento da Economática revela, ainda, que as
153 empresas, juntas, tiveram no ano passado um lucro líquido somado de R$ 112
bilhões, o que representou uma queda de quase 5% na comparação com 2010.
Em compensação, o lucro operacional foi a R$ 169,5
bilhões, alta de 3,3% em relação ao ano anterior. Exel frisou que todos as
variações foram calculadas em termos reais, ou seja, já considerando o efeito
da inflação do período sobre os números.
Fonte:http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,setor-de-alimentos-e-o-mais-rentavel-e-quimico-o-menos,o,setor-de-alimentos-e-o-mais-rentavel-e-quimico-o-menos--,849653,0.htm
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