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quinta-feira, 31 de maio de 2012

Projeto em favela carioca ensina a aproveitar alimentos em vez de descartá-los


Iniciativa no Morro da Babilônia dá cursos com receitas de pratos que usam cascas de melancia e de maracujá, talos de brócoli e sementes, entre outros.


   Um projeto no Morro da Babilônia, na Zona Sul do Rio de Janeiro, está ajudando os moradores locais a evitar o desperdício e a aproveitar melhor o nutriente de seus alimentos.
     A iniciativa Favela Orgânica, fundada pela empregada doméstica Regina Tchelly, ministra oficinas ensinando a usar partes de alimentos muitas vezes consideradas restos - cascas de melancia ou maracujá, talos de brócolis e sementes, por exemplo - para produzir pratos diferentes e nutritivos.
      O Favela Orgânica começou no ano passado, com um investimento de cerca de R$ 160.
   Hoje, conta com uma equipe de 16 pessoas, que oferecem cursos em diferentes favelas cariocas, cobrando R$ 10 de cada participante.
      Um desses cursos será parte da conferência de desenvolvimento sustentável Rio+20, que a ONU realizará em junho no Rio de Janeiro. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC. 

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,projeto-em-favela-carioca-ensina-a-aproveitar-alimentos-em-vez-de-descarta-los,880430,0.htm (31 de maio de 2012)

domingo, 27 de maio de 2012

5 alimentos que eram vilões, mas podem fazer bem à saúde

Muitas vezes, as pesquisas, profissionais da saúde e até as crenças populares confundem o público sobre o que é bom e o que é ruim para emagrecer ou manter um corpo saudável. Tanto que, por muito tempo, alguns alimentos foram colocados na lista negra de muita gente, sem saber que, na verdade, eles não são tão maus assim e, em alguns casos, são até recomendados na dieta para uma vida melhor.

Confira a seguir, cinco exemplos de comidas que sofreram preconceito por muito tempo, mas, agora, estão com a popularidade bem melhor entre nutricionistas e pesquisadores.

O ovo é um dos alimentos que foi bastante rechaçado, mas atualmente é visto como saudável e recomendável

Manteiga

Em um embate contra a margarina, a manteiga foi considerada por muitos como a vilã. Por ser derivada do leite e, portanto, ter colesterol em sua composição, a segunda foi substituída pela primeira em muitos lares brasileiros. Segundo a nutricionista Vânia Barberan, colaboradora do Conselho Regional de Nutricionistas do Rio de Janeiro, o fato de a manteiga ter colesterol não a coloca em desvantagem em relação à margarina.

Isso porque o produto derivado do leite de vaca contém bem menos aditivos e conservantes do que o derivado de gordura vegetal. “Eu fiz uma pesquisa e vi que as margarinas podem ter até 20 compostos na composição, para ter textura, cor, sabor. O meu corpo sabe lidar com o colesterol, mas não sabe lidar com o tanto de outras coisas que tem ali”, afirma.

Vânia diz que a manteiga também é boa para o intestino, pois é uma grande fonte de ácido butírico. E, além dessa substância, é fonte de vitaminas A, D e E. Outro ponto ressaltado por Vânia é que, por ser mais dura, a manteiga acaba sendo consumida em menor quantidade, pois é preciso esquentar o pão para espalhá-la bem, evitando o exagero. O mesmo não ocorre com a margarina, que, por ser bem mais cremosa, é usada em maiores quantidades.

Ovo

“Coitado do ovo”, afirma Vânia Barberan. A piedade para com o alimento é por conta do preconceito em relação ao colesterol que carrega. Mas ela alega que não é preciso se preocupar exageradamente com isso, pois, se consumido com moderação, o corpo sabe lidar com o colesterol. “Uma pessoa pode comer até dois ovos por dia, contanto que não coma todos os dias”, afirma.

Ela lembra que o ovo é importante por possuir colina em sua composição, uma substância que faz bem para os olhos. Além disso, o ovo possui ácido fólico, que ajuda no combate à anemia, na prevenção de doenças cardiovasculares e do mal de Alzheimer. Entre as formas de cozimento do alimento, o menos recomendado é o frito em óleo, mas ela sugere o ovo mexido, cozido ou poché. No caso do ovo semi-cru, a nutricionista diz que é válido escolher o tipo caipira, pois o de granja apresenta mais riscos de contaminação por salmonela.

A União Brasileira de Avicultura afirma, no entanto, que o tema é polêmico e que não há consenso em relação ao risco maior de contaminação dos ovos brancos de granja. De qualquer forma, é importante tomar cuidado na hora de optar por esse tipo de preparo do alimento.

Café

Café é estimulante, causa tremedeira, gastrite e dor de estômago. Essas são algumas das famas negativas que eram atribuídas ao grão injustiçado, segundo a nutricionista Vânia Barberan. “O café faz isso com a pessoa que toma 30 xícaras por dia”, diz. De acordo com um estudo do Instituto Nacional do Câncer (NCI), dos Estados Unidos, três xícaras de café por dia reduzem o risco de morte por doenças cardiovasculares e respiratórias, em relação a quem não toma a bebida.

Vânia também lembra que o café tem sido associado ao estímulo de processos intelectuais e à inteligência. Ela só não recomenda o consumo após as refeições, pois ele pode atrapalhar a absorção de ferro e cálcio pelo corpo, o que também ocorre com chás que possuem cafeína.

Carne de porco

Tirando o bacon, torresmo e outras peças mais superficiais do porco, a carne deste animal pode ser tão saudável quanto o frango, apesar de ser considerada por muitos como um alimento perigoso. Ao contrário da carne de boi, que é gordurosa em todas as suas partes, partes suínas, como o carré ou o lombo, tem baixo índice de gordura, pois não estão localizadas próximas à pele, onde se concentra a maior gordura do animal.

É por isso que, no preparo, essas carnes geralmente pedem molhos que acompanhem, já que sua consistência fica mais seca. Segundo a especialista, se for comparada à carne de frango, a de porco pode até ser vista como mais saudável, já que as aves de granja seriam criadas com muitos hormônios para crescer.

Em nota, a União Brasileira de Avicultura rebateu a afirmação e declarou que a utilização de hormônios não é praticada na avicultura brasileira e internacional.

Chocolate

Apontado por muito tempo como um vilão por fazer as pessoas engordarem e provocar espinhas, o chocolate tem caído nas graças dos cientistas recentemente. Várias pesquisas têm revelado que o tipo meio amargo (com pelo menos 60% de cacau) ajuda a prevenir doenças cardiovasculares, processos inflamatórios e o envelhecimento precoce, pois apresenta boas quantidades de flavonoides e antioxidantes.

Além disso, melhora o humor e reduz o estresse. Como o chocolate é um alimento calórico, a recomendação é o consumo moderado, sem ultrapassar a marca de 30 gramas por dia.

Adaptado Exame.com
Fonte: http://exame.abril.com.br/estilo-de-vida/saude/noticias/5-alimentos-que-eram-viloes-mas-podem-fazer-bem-a-saude?page=1&slug_name=5-alimentos-que-eram-viloes-mas-podem-fazer-bem-a-saude

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Alimentos que estimulam a memória



    Adotar uma dieta saudável ajuda a prevenir desde pequenos lapsos de memória até graves doenças neurológicas degenerativas. Segundo o neurologista Cícero Galli Coimbra, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), para evitar esses problemas, é importante optar por alimentos que favoreçam as células nervosas e auxiliem no processo da memorização. 





Alimentos benéficos: 

  • Gema de ovo: contém colina, nutriente que contribui para a produção de neurônios novos e o bom funcionamento da memória 

  • Ômega 3: ácido graxo encontrado em peixes, como salmão e atum, além de alguns suplementos, funciona como um importante antioxidante, que protege os neurônios da ação dos radicais livres 

  • Vegetais: brócolis, couve-flor e couve de Bruxelas estão entre os que oferecem mais vantagens para o cérebro 

  • Alimentos crus: prefira as verduras sem cozimento, que não perdem o ácido fólico, tão benéfico para o tecido nervoso 

  • Frutas secas: nozes, castanhas, amêndoas, e amendoim agem como antioxidantes e ainda auxiliam na capacidade intelectual 

  • Grãos integrais: aveia, centeio, trigo, arroz integral ajudam a regular a transmissão entre os neurônio

  • Frutas: de todos os tipos e cores facilitam o processo funcional da memória 

Atenção: Carambola, graviola e fruta do conde não devem ser ingeridas com muita frequência pois têm substâncias que, em excesso, podem lesar o sistema nervoso 


Sempre com moderação: 

  • Carnes vermelhas: consumo em exagero pode prejudicar a memória. O ideal é comer pouco, apenas para garantir a necessidade de proteína e ferro. Podem ser substituídas pelo tofu, laticínios, leite e soja, que oferecem os mesmos nutrientes 

  • Alimentos com gordura trans: além de elevar o colesterol, podem causar entupimento das artérias do cérebro e do coração 

  • Carboidratos: comer muitos alimentos ricos em carboidratos, como pães e bolachas, pode aumentar o colesterol e a predisposição à diabetes 

  • Bebida alcoólica: consumo em excesso, e com frequência, colabora para a deterioração da memória e até para o desenvolvimento de demências


Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,os-alimentos-que-estimulam-a-memoria,870760,0.htm

terça-feira, 22 de maio de 2012

Mundo enfrenta novos desafios para erradicar a fome, diz FAO

Entre os fatores estão mudanças climáticas, desastres naturais, políticas comerciais e aumentos nos preços de alimentos


SÃO PAULO - O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), José Graziano da Silva, disse hoje que erradicar a fome no mundo está mais complicado, devido a novos desafios resultantes de mudanças climáticas, desastres naturais, políticas comerciais e aumentos nos preços de alimentos. Os preços dos alimentos, que se mantêm em níveis altos, podem subir ainda mais, resultando em mais fome e subnutrição, aumento da pobreza, disparidades internas e entre países, e crescimento econômico mais lento, afirmou Graziano em entrevista à agência de notícias estatal chinesa Xinhua News.
Nos últimos dez anos, houve um aumento de 100% nos preços dos alimentos. A população mundial, por sua vez, deve atingir 9,2 bilhões até 2050. Para alimentar essa população, a produção mundial de alimentos deverá aumentar em 60%, comentou Graziano.
Segundo o diretor da FAO, a região da Ásia-Pacífico enfrenta seus próprios problemas. "Por um lado, muitos países estão perto do limite da expansão agrícola; por outro lado, os altos preços dos alimentos e a volatilidade continuam sendo uma ameaça. O preço do arroz no varejo ainda está de 10% a 30% mais alto do que no ano passado em muitos países asiáticos."
Graziano disse que a FAO tem uma nova abordagem para a redução da pobreza e do desenvolvimento rural. Ela promove a diversidade agrícola, a preservação de fontes naturais essenciais, estratégias sustentáveis de controle de pragas, a redução de desperdício de alimentos e resíduos, e a disseminação de conhecimento para pequenos produtores.
Ele disse ainda que a China obteve grande progresso na redução da pobreza. "A China é um bom exemplo de redução da pobreza nas áreas rurais e de erradicação da fome."
Fonte: http://economia.estadao.com.br/noticias/

sábado, 19 de maio de 2012

Três xícaras de café ao dia reduzem risco de morte na maturidade, diz estudo

Pessoas que consumiram, em média, três xícaras de café por dia, normal ou descafeinado, tiveram menos risco de morrer de doenças cardiovasculares e respiratórias, AVC, ferimentos, acidentes, diabetes e infecção do que as que não ingeriram a bebida
Pessoas que consumiram, em média, três xícaras de café por dia, normal ou descafeinado, tiveram menos risco de morrer de doenças cardiovasculares e respiratórias, AVC, ferimentos, acidentes, diabetes e infecção do que as que não ingeriram a bebida

Adultos de 50 a 71 anos que bebem pelo menos três xícaras de café por dia podem reduzir o risco de morrer em 10% com relação àqueles que não consomem a bebida, revelou um estudo do Instituto Nacional do Câncer (NCI), dos Estados Unidos, publicado nesta quarta-feira (16).
A pesquisa foi feita com base em um questionário aplicado a um grupo de 400 pessoas que estavam nesta faixa etária entre 1995 e 1996. Os participantes foram acompanhados até 31 de dezembro de 2008.

Os resultados, divulgados na revista médica New England Journal of Medicine (NEJM), demonstraram que as pessoas que consumiram, em média, três xícaras de café por dia, normal ou descafeinado, tiveram menos risco de morrer de doenças cardiovasculares e respiratórias, AVC, ferimentos, acidentes, diabetes e infecção do que as pessoas que não ingeriram a bebida.

Os cientistas, contudo, notaram um aumento muito sutil no risco de câncer entre os homens que consumiram muito café. Ao contrário, entre as mulheres não foi constatado um vínculo direto entre o fato de beber café e mortes por câncer.

Para não haver falsos resultados, os autores da pesquisa também levaram em conta outros fatores de mortalidade, como o tabagismo e o consumo excessivo de álcool.

No entanto, alertaram para o fato de que não podem afirmar com certeza, em termos científicos, que o consumo do café prolongaria a vida.

"O café é a bebida mais consumida na América, mas o vínculo entre este consumo e o risco de morte não está claro", afirmou o doutor Neal Freedman, da divisão de epidemiologia de câncer e genética do Instituto Nacional do Câncer dos EUA, principal autor da pesquisa.

"Nós descobrimos que o consumo de café estava ligado a um risco menor de mortalidade em geral", acrescentou.

"Ainda que não possamos concluir a existência de uma relação de causa e efeito entre beber café e um risco menor de morte, pensamos que estes resultados dão certas garantias ao fato de que a bebida não faz mal à saúde", acrescentou o doutor Freedman.

Os cientistas destacaram, ainda, que os hábitos de consumo do café na residência dos participantes foram estimados com base em um questionário sobre um período determinado. Sendo assim, não refletem atitudes de longo prazo.

Argumentaram igualmente que não obtiveram informações sobre o preparo do café (expresso, filtrado etc) e, portanto, sobre os efeitos protetores da bebida com base nos níveis dos ingredientes utilizados.

"O mecanismo pelo qual o café reduziria a mortalidade não está claro porque esta bebida contém mais de mil substâncias diferentes que podem, potencialmente, afetar a saúde", explicou o doutor Freedman.

"Entre estas substâncias, a cafeína é a mais estudada, mas nesta pesquisa os efeitos protetores foram os mesmos, inclusive entre os bebedores de café descafeinado", revelou.

http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/afp/2012/05/16/tres-xicaras-de-cafe-ao-dia-reduzem-risco-de-morte-na-maturidade-diz-estudo.htm

quarta-feira, 9 de maio de 2012


Um terço dos alimentos consumidos pelos brasileiros está contaminado por agrotóxicos

Fabíola Ortiz
Do UOL, no Rio de Janeiro
Segundo o dossiê, a soja foi o cultivo que mais demandou agrotóxico - 40% do volume total de herbicidas, inseticidas, fungicidas e acaricidas 
Segundo o dossiê, a soja foi o cultivo que mais demandou agrotóxico - 40% do volume total de herbicidas, inseticidas, fungicidas e acaricidas.

  • Inca identifica 19 tipos de câncer que podem estar relacionados ao trabalho
  • Leite materno vai ajudar pesquisadores a mapear uso de agrotóxicos
  • Anvisa constata uso de agrotóxicos inadequados em diversos alimentos
  • Vestígio de pesticida é encontrado em 63% das uvas em SP, aponta teste
  • Programa busca reduzir intoxicações por agrotóxico no país
Há três anos o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking de consumo de agrotóxicos no mundo. Um terço dos alimentos consumidos cotidianamente pelos brasileiros está contaminado pelos agrotóxicos, segundo alerta feito pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), em dossiê lançado durante o primeiro congresso mundial de nutrição que ocorre no Rio de Janeiro, o World Nutrition Rio 2012, que termina nesta terça-feira (1º).
O documento destaca que, enquanto nos últimos dez anos o mercado mundial de agrotóxicos cresceu 93%, o brasileiro aumentou 190%. Em 2008, o Brasil ultrapassou os Estados Unidos e assumiu o posto liderança, representando uma fatia de quase 20% do consumo mundial de agrotóxicos e movimentando, só em 2010, cerca de US$ 7,3 bilhões - mais que os EUA e a Europa.
A primeira parte do dossiê da Abrasco  faz um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde e na segurança alimentar. A segunda parte, com enfoque no desenvolvimento e no meio ambiente, terá seu lançamento durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, e na Cúpula dos Povos na Rio+20, em junho, no Rio de Janeiro.
Segundo um dos coordenadores do estudo, Fernando Carneiro, chefe do departamento de Saúde Coletiva da UnB (Universidade de Brasília), “o dossiê é uma síntese de evidências científicas e recomendações políticas”.
“A grande mensagem do dossiê  é que o Brasil conquistou o patamar de maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Queremos vincular a ciência à tomada de decisão política”, disse Carneiro ao UOL.
 
Soja é o que mais demanda agrotóxico
Segundo dados da Anvisa e da UFPR compilados pelo dossiê, na última safra (2º semestre de 2010 e o 1º semestre de 2011), o mercado nacional de venda de agrotóxicos movimentou 936 mil toneladas de produtos, sendo e 246 mil toneladas importadas.
Em 2011 houve um aumento de 16% no consumo que alcançou uma receita de US$ 8,5 bilhões. As lavouras de soja, milho, algodão e cana-de-açucar representam juntas 80% do total das vendas do setor.
Na safra de 2011 no Brasil, foram plantados 71 milhões de hectares de lavoura temporária (soja, milho, cana, algodão) e permanente (café, cítricos, frutas, eucaliptos), o que corresponde a cerca de 853 milhões de litros de agrotóxicos pulverizados nessas lavouras, principalmente de herbicidas, fungicidas e inseticidas. O consumo em média por hectare nas lavouras é de 12 litros por hectare e exposição média ambiental de 4,5 litros de agrotóxicos por habitante, segundo o IBGE (Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo o dossiê, a soja foi o cultivo que mais demandou agrotóxico - 40% do volume total de herbicidas, inseticidas, fungicidas e acaricidas. Em segundo lugar no ranking de consumo está o milho com 15%, a cana e o algodão com 10%, depois os cítricos com 7%, e o café, trigo e arroz com 3% cada.
 
Maior concentração em hortaliças
Já para a produção de hortaliças, em 2008, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), o consumo de fungicidas atingiu uma área potencial de aproximadamente 800 mil hectares, contra 21 milhões de hectares somente na cultura da soja.
“Isso revela um quadro preocupante de concentração no uso de ingrediente ativo de 22 fungicidas por área plantada em hortaliças no Brasil, podendo chegar entre 8 a 16 vezes mais agrotóxico por hectare do que o utilizado na cultura da soja, por exemplo”, alerta o dossiê.
Numa comparação simples, o estudo estima que a concentração de uso de ingrediente ativo de fungicida em soja no Brasil, no ano de 2008, foi de 0,5 litro por hectare, bem inferior à estimativa de quatro a oito litros por hectare em hortaliças, em média. “Pode-se constatar que cerca de 20% da comercialização de ingrediente ativo de fungicida no Brasil é destinada ao uso em hortaliças”, destaca o estudo da Abrasco.
 
Riscos para a saúde
O dossiê revela ainda evidências científicas relacionadas aos riscos para a saúde humana da exposição aos agrotóxicos por ingestão de alimentos. Segundo Fernando Carneiro, o consumo prolongado de alimentos contaminados por agrotóxico ao longo de 20 anos pode provocar doenças como câncer, malformação congênita, distúrbios endócrinos, neurológicos e mentais.
Um fato alarmante foi a constatação de contaminação de agrotóxico no leite materno, afirmou. Para o cientista, não se sabe ainda ao certo as consequências para um recém-nascido ou um bebê que está em fase inicial de formação. “Uma criança é altamente vulnerável para esses compostos químicos. Isso é uma questão ética, se vamos nos acostumar com o nível de contaminação do agrotóxico”, criticou.
Parte dos agrotóxicos utilizados tem a capacidade de se dispersar no ambiente, e outra parte pode se acumular no organismo humano, inclusive no leite materno, informa o relatório. “O leite contaminado ao ser consumido pelos recém-nascidos pode provocar agravos a saúde, pois os mesmos são mais vulneráveis à exposição a agentes químicos presentes no ambiente, por suas características fisiológicas e por se alimentar, quase exclusivamente, com o leite materno até os seis meses”, destaca o estudo.
 
Recomendações
O dossiê da Abrasco formula 10 princípios e recomendações para evitar e reduzir o consumo de agrotóxicos nos cultivos e na alimentação do brasileiro. Carneiro defende a necessidade de se realizar uma “revolução alimentar e ecológica”.
Segundo o IBGE, cerca de 70 milhões de brasileiros vivem em estado de insegurança alimentar e nutricional, sendo que  90% desta população consume frutas, verduras e legumes abaixo da quantidade recomendada para uma alimentação saudável. A superação deste problema, de acordo com o dossiê, é o desenvolvimento do modelo de produção agroecológica.
Carneiro e sua equipe composta por seis pesquisadores defendem a ampliação de fontes de financiamento para pesquisas, assim como a implantação de uma Política Nacional de Agroecologia em detrimento ao financiamento público do agronegócio e o fortalecimento das políticas de aquisição de alimentos produzidos sem agrotóxicos para a alimentação escolar – atualmente a lei prevê 30% deste consumo nas escolas.
Além disso, o documento defende a proibição de agrotóxicos já banidos em outros países e que apresentam graves riscos à saúde humana e ao ambiente assim como proibir a pulverização aérea de agrotóxicos.
O cientista defende ainda a suspensão de isenções de ICMS, PIS/PASEP, COFINS e IPI concedidas aos agrotóxicos. “A tendência no Brasil é liberalizar ainda mais o uso de agrotóxico, só no Congresso Nacional existem mais de 40 projetos de lei neste sentido. Nós estamos pagando para ser envenenados”, criticou Carneiro.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2012/05/01/um-terco-dos-alimentos-consumidos-pelos-brasileiros-esta-contaminado-por-agrotoxicos.htm

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Fábrica de Sopas está quase pronta na Venezuela

A Embrapa Agroindústria de Alimentos está apoiando a instalação de uma agroindústria de sopas que beneficiará mais de 1.100 famílias em uma agrovila na Planicie de Maracaibo, Venezuela. A agrovila, que faz parte do Projeto Agrario Socialista El Diluvio, na Planície de Maracaibo, que fica próxima à fronteira com a Colômbia. O projeto é uma das estratégias da Venezuela para ocupação e controle da região. 

Desde o início de 2010, a Embrapa tem prestado consultoria junto a técnicos do governo venezuelano e da construtora Odebrecht, empresa responsável pela abertura de um canal de irrigação com 40 km de extensão e pelas obras de infraestrutura da agrovila, para fomentar o plantio de hortículas e instalação de uma agroindústria. 

O objetivo da fábrica é aproveitar o excedente da produção agrícola (batata, tomate, repolho, abóbora, couve, mandioca, feijão e milho) em benefício da comunidade. Com a fábrica, serão produzidas sete tipos de sopa, em desenvolvimento pela Universidade da Venezuela, formuladas de acordo com o gosto popular, que serão distribuídas em latas de quatro quilos destinadas às famílias da agrovila, escolas, armazéns, presídeos e instalações do exército. 

De acordo com Murillo Freire, pesquisador e chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroindústria de Alimentos, a opção pela sopa mostrou-se a mais viável e econômica. “Tínhamos que aproveitar o excedente agrícola e a qualificação da mão-de-obra disponível”. 

O projeto está em fase final de obras. A próxima etapa será de instalação de equipamentos, estruturação do quadro de funcionários, treinamento e início efetivo das atividades. A Embrapa Agroindústria de Alimentos continuará prestando consultoria ao empreendimento. 


Outras informações: 
Pesquisador Murillo Freire (mfreire@ctaa.embrapa.br) 
Embrapa Agroindústria de Alimentos 
21 3622 9646

Jornalista Soraya Pereira (MTB 26165/SP) 
Embrapa Agroindústria de Alimentos 
21 3622 9739 – soraya@ctaa.embrapa.br 

terça-feira, 1 de maio de 2012

Nestlé paga US$ 11,5 bilhões por divisão de alimentos da Pfizer


A Nestlé anunciou ontem que concluiu um acordo para a compra da Pfizer Nutrition, de alimentos para bebês, por US$ 11,5 bilhões, visando ampliar suas vendas nos países emergentes.
 
A companhia sediada em Vevey, na Suíça, informou que a aquisição "reforçará sua posição no mercado global de alimentos infantis", porque 85% das vendas da unidade Nutrition da Pfizer ocorrem nos mercados emergentes, muitos dos quais têm enormes populações em grande crescimento.

O negócio permitirá particularmente que a Nestlé promova sua expansão na China e mantenha sua posição como uma das empresas que mais vendem leite em pó para bebês. Entretanto, ainda depende da aprovação das autoridades regulamentadoras. A Nestlé já é dona de uma fatia grande do mercado de leites em pó e poderá enfrentar problemas para a conclusão do acordo em razão da lei antitruste.
 
Ontem, as ações da Nestlé caíram 2,8% para 55,50 francos suíços (US$ 60,87) na bolsa de Zurique.
 
A Nestlé calcula que as vendas da unidade da Pfizer em 2012 chegarão a US$ 2,4 bilhões. "Os alimentos para bebês constituem a viga mestra da nossa companhia desde sua fundação, em 1866", afirmou o CEO da Nestlé, Paul Bulcke, em um comunicado.
 
"A Nutrition, da Pfizer, representa um excelente ajuste estratégico e essa aquisição enfatiza o nosso compromisso em sermos líderes mundiais em produtos para a alimentação, a saúde e o bem-estar."
 
Disputa. A proposta da Nestlé superou a oferta de US$ 11 bilhões feita em conjunto pela Danone e pela Mead Johnson Nutrition para a unidade. Segundo informações da agência Dow Jones, a proposta inicial da Nestlé era de US$ 9 bilhões.
 
A Pfizer colocou a divisão de alimentos infantis à venda em julho de 2011, juntamente com uma unidade separada de medicamentos de uso veterinário.
 
A Pfizer, a maior fabricante de remédios do mundo, vem se desfazendo de unidades que não pertencem à sua atividade central, a fim de concentrar-se no desenvolvimento de novos remédios. No ano passado, sofreu prejuízos quando expirou a patente do seu campeão de vendas Lipitor, contra o colesterol.
 
Em agosto, também vendeu, por US$ 2,4 bilhões, sua unidade que produz remédios em cápsula para a KKR & Co.
 
A Nestlé previu na sexta-feira que 2012 será um ano difícil, mas informou que as vendas do primeiro trimestre subiram consideráveis 5,6% em relação ao ano passado, impulsionadas pelo forte crescimento nos mercados emergentes e pela alta dos preços no varejo. / ASSOCIATED PRESS

Fonte:http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,nestle-paga-us-115-bilhoes-por--divisao-de-alimentos-da-pfizer,o,nestle-paga-us-115-bilhoes-por--divisao-de-alimentos-da-pfizer-,864709,0.htm?reload=y