Alta nos preços de alimentos não dará trégua, projeta economista
As refeições dos
brasileiros deverão continuar caras. Depois do aumento da salada puxada pela
disparada do preço do tomate, será a vez do feijão ganhar peso no orçamento do
consumidor.
É
que, segundo o economista e sócio-diretor da Global Financial Advisor, Miguel
Daoud, o tomate pode sair de cena na pressão inflacionária de hortaliças e
verduras, mas o feijão tomará o lugar de vilão da inflação no grupo alimentar
de grãos ao longo das próximas semanas.
–
A inflação de alimentos não vai dar sossego. O preço do feijão já está subindo
– alertou Daoud.
Segundo
o especialista, o aumento de preço está ligado ao fato de o governo, via
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), não ter reunido condições para
fazer preço mínimo (estocagem) no ano passado. Isso ocorreu porque, conforme
Daoud, o valor do saco de feijão no atacado permaneceu durante todo o ano de
2012 acima do preço do mínimo.
O economista explica que
a questão nem passa pelo peso do produto na composição do Índice de Preços ao
Consumidor Amplo (somados, os feijões carioca, mulatinho, preto e fradinho
representam 0,43% do indicador). O problema, explica o especialista, é que, por
ser um produto frequente na dieta diária do brasileiro, o feijão tem poder para
disseminar inflação por toda a refeição dentro e fora do domicílio.
–
Uma inflação desta natureza acaba se espalhando porque atinge o orçamento das
pessoas comuns – observou Daoud.
Na
ponta do consumidor, segundo mostrou o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da
Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), na segunda quadrissemana,
período de 30 dias encerrados no último dia 15, o preço do feijão subiu 5,06%.
Em alta
No
Paraná, maior produtor de feijão no país, o preço da saca de 30 quilos do grão
subiu 25,85%, para R$ 154,66, no período de 8 a 11 de abril em relação à semana
anterior.
A
safra 2012/2013 poderá chegar a 2,987 milhões de toneladas, alta de 2,3% em
comparação com 2,919 milhões de toneladas no período anterior.
Além
disso, a Conab informou que a produção tende a ser menor nos próximos
levantamentos, em razão do "clima chuvoso no sul do país e seco no
Nordeste".
Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/economia/noticia/2013/04/feijao-deve-tomar-o-lugar-do-tomate-como-novo-vilao-da-inflacao-4113885.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário