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quinta-feira, 6 de junho de 2013

Ceres mostra benefícios do sorgo sacarino, uma nova matriz energética para a cadeia produtiva do etanol

Empresa norte-americana da área de biotecnologia, especializada na produção de sementes para culturas energéticas, introduz no Brasil uma solução que permite às usinas estender sua produção de etanol ao período da entressafra da cana-de-açúcar

Novo gerente geral da Ceres para o Brasil, o executivo André Luiz Junqueira Franco será oficialmente apresentado no evento

A experiência da norte-americana Ceres Inc. no desenvolvimento de plantas energéticas empregadas na fabricação de biocombustíveis e outros produtos será tema de um seminário que acontece nesta terça-feira (4/6), em Campinas. A subsidiária do grupo no Brasil, a Ceres Sementes, apresenta resultados parciais colhidos com uma tecnologia inovadora que permite às usinas produzir etanol a partir de híbridos de sorgo sacarino, e com isso estender a fabricação do biocombustível ao período da entressafra da cana-de-açúcar.

Segundo a Ceres Brasil, 24 usinas da região Centro-Sul do País, incluindo os maiores grupos do setor, realizam desde 2010 estudos relacionados ao etanol de sorgo sacarino. De acordo com o gerente de marketing, Antonio Kaupert, essas empresas estão hoje prolongando a fabricação do etanol combustível por períodos de até 60 dias no ano-safra.

“Temos desafios a superar em relação ao manejo agronômico, que é recente. Porém, a viabilidade econômica para estabelecimento de uma cadeia produtiva ancorada no sorgo sacarino, com operação efetiva na entressafra da cana-de-açúcar, está mais que comprovada”, afirma Kaupert. “Os estudos que elaboramos com as usinas revelam que o sorgo sacarino embute potencial para aumentar a rentabilidade dessas empresas pela maior oferta de biocombustível”, complementa.

Kaupert explica que a planta sorgo sacarino apresenta ciclo produtivo de aproximadamente 120 dias, com limite de 150 dias, realizado no período de novembro a março - exatamente, portanto, na entressafra da cana-de-açúcar. 

Introduzido no Brasil pela Embrapa nos anos de 1970, oriundo da África, o sorgo sacarino é cultivado pelo manejo de sementes híbridas e exibe diversas semelhanças com a cana, sobretudo o alto potencial energético resultante do acúmulo de açúcar.

Ainda mais surpreendente, acrescenta Kaupert, é o fato de o processamento de etanol de sorgo sacarino não demandar alteração no maquinário de colheita e industrialização, que em geral é o mesmo usado no processamento da cana-de-açúcar. 

“Para produzir etanol de sorgo sacarino as usinas não precisam investir em equipamentos novos. A capacidade está instalada. A conhecida operação logística que envolve a cana da colheita até o processamento industrial é exatamente a mesma para o sorgo sacarino”, complementa Kaupert.

As semelhanças, contudo, param por aí. Ele enfatiza que o sorgo sacarino não substitui à cana-de-açúcar. “Trata-se de matriz energética complementar, que funciona como instrumento de suporte para aumento da escala de produção e de fornecimento de etanol ao mercado”, observa Kaupert.

O seminário começa às 8h00, com ênfase nas características econômicas e agronômicas do sorgo sacarino e terá também a apresentação do novo gerente geral, André Luiz Junqueira Franco (ex-Monsanto). Ao longo do dia grandes grupos sucroenergéticos e outras empresas de peso do agronegócio relatam seus casos de sucesso e expectativas quanto ao futuro do sorgo sacarino no Brasil.

Indicadores parciais da cultura

A Ceres Brasil informa que os resultados da safra de sorgo sacarino 2012/13 estão sendo apurados. A expectativa é que os indicadores tragam ganhos no comparativo com o ano passado, quando ocorreu a primeira safra comercial dos híbridos da empresa, da marca BLADE®. 

O pipeline da Ceres, assinala o executivo, possui híbridos com potencial para ultrapassar a produtividade de 100 t/ha num futuro bastante próximo. “Esse dado é altamente relevante, atestando o grande potencial econômico da cultura do sorgo sacarino.”

Uma projeção da consultoria Datagro, divulgada pela Agência CMA, aponta que o sorgo sacarino pode adicionar aos números da indústria sucroenergética um volume entre 3,5 mil e 5 mil litros de etanol, por hectare, ao ano, o que equivale também a elevar a produção em aproximadamente 5 bilhões de litros ao ano.

Parcerias e híbridos na safra 13/14

Parte do esforço da Ceres para consolidar o sorgo sacarino no Brasil está ancorado em acordos firmados com a Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – e a suíça Syngenta, companhia líder mundial do setor de proteção de cultivos e biotecnologia.

Com a Embrapa, a Ceres desenvolverá práticas de manejo agrícola e industrial da nova variedade de sorgo sacarino BRS 511. De acordo com a Ceres, trata-se de uma semente precoce com alto potencial produtivo de colmos e teores elevados de açúcares fermentáveis no caldo. A empresa obteve licenciamento exclusivo para produzir e comercializar as sementes da variedade BRS 511, que passará a integrar o portifólio BLADE®, formado por híbridos de ciclo precoce e pleno. 

Já a Syngenta será parceira numa estratégia que visa a desenvolver o sorgo sacarino como fonte de açúcares fermentáveis nas usinas de etanol no Brasil.

A Ceres também está lançando oito novos híbridos de sorgo sacarino com vistas ao manejo da cultura na safra 2013/14. O novo portfólio abrange seis híbridos de ciclo pleno da marca BLADE® – CB 7640, CB 7621, CB 7521, CB 7300, CB 7290 e CB 7201 – e dois de ciclo precoce – EJ 7282 e EJ 7281. Estes, diz o executivo, têm recomendação de cultivo no início da safra de sorgo sacarino, entre os meses de novembro e dezembro.

Após instalar-se e consolidar sua estrutura operacional no País em Janeiro de 2010, a Ceres considera ter avançado rapidamente e aposta no crescimento do número de ‘sorgoviais’ instalados nas usinas. “As principais empresas do Brasil estão aderindo à nossa tecnologia e a veem hoje como a melhor e mais viável alternativa de curto prazo no suporte à produção do etanol, bem como à cogeração de energia”, conclui Antonio Kaupert.
Fonte: http://www.portaldoagronegocio.com.br/conteudo.php?tit=ceres_mostra_beneficios_do_sorgo_sacarino,_uma_nova_matriz_energetica_para_a_cadeia_produtiva_do_etanol&id=94204

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